GANHANDO PARA FALAR BEM

Quem trabalha ou já trabalhou em grandes empresas na certa já ouviu falar da Rádio Corredor ou da Rádio Peão, que representa um pesadelo para os especialistas em recursos humanos e são capazes de espalhar uma informação com rapidez surpreendente. Se é assim no trabalho, por que não seria na nossa vida diária? Afinal, com amigos, com colegas e mesmo com desconhecidos estamos sempre comentando os fatos, acontecimentos, falando de produtos, de política, enfim, um pouco de tudo.

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O que faltava, em relação à comunicação pessoal, que podemos chamar de boca a boca, é o seu aproveitamento pelo marketing. Faltava, não falta mais, como acabei de descobrir. Uma informação publicada pelo Marketing Charts, com base em pesquisa feita pela PQ Media mostra que o boca a boca é um dos segmentos que mais crescem e vem sendo melhor explorados pelos marqueteiros. Descobri, até, que há uma associação internacional sobre o assunto, a Womma.

Sim, é o que você está pensando. Trata-se de pagar alguém para, usando sua influência, falar bem de um produto ou serviço, divulgando-o seja através de meios analógicos ou digitais. Este segmento de marketing, segundo a Womma, deve gastar neste ano algo em torno de 1,3 bilhão de dólares para promover mercadorias, produtos e serviços. A previsão é de que em 2011 este total chegue 3,7 bilhões de dólares.

De acordo com o Marketing Charts e a Womma – tenho um sumário executivo do estudo, mas não o posso usar, por restrições de copyright – a principal razão para os investimentos no marketing de boca a boca é o declínio do consumo a partir de campanhas na mídia tradicional, um assunto já abordado aqui com A sua opinião vale ouro.

Na hora em que o jornal, a revista, o rádio e a TV já não influenciam tanto, quem quer vender apela para outros meios, seja um carimbo na mão ou um grupo de discussão, físico ou on line. No final, vale tudo, inclusive usar o testemunho ou a recomendação de alguém para influir na compra de um e não de outro produto. Aparentemente, o boca a boca segue uma tendência que é universal de individualização dos produtos e das escolhas, com personalização, levando em conta a opinião do consumidor e fazendo o produto que ele deseja.

Fiquei fascinado com as possibilidades deste novo tipo de abordagem mercadológica e como pessoas influenciam pessoas, sendo decisivas para a compra. E olha que, normalmente, fazemos isso sem nenhum tipo de pagamento. O que estamos vendo é a criação de uma nova profissão (?) ou de um meio complementar de ganho, que é opinar sobre um serviço ou produto, acrescentando-lhe valor e recebendo por isso.

Se este é também um assunto do seu interesse e você sabe inglês, leia o Sumário Executivo da pesquisa feita pela PQ Média ou faça uma visita ao Womma, que tem uma série de informações sobre o assunto. Como se trata de um novo meio – e nele os blogs têm papel preponderante – acho que vale a pena tomar conhecimento dele.

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