Gosto de viajar e as viagens que já fiz me deixaram ótimas lembranças. Com os dias de quarentena, determinados pela chegada do coronavírus e da Covid 19, virá um longo tempo que iremos ficar longe de um avião e de viagens, pelo menos as mais longas. Pode até ser que um pequeno grupo não se enquadre nesse cenário, mas no meu caso, a perspectiva é que o “novo normal” só aconteça após a chegada da vacina contra o vírus e a imunização pessoal e coletiva.
Ao falar de viagens, algumas superam nossas expectativas e o que vemos nos deslumbra. É o caso do que aconteceu quando fomos ao Japão. Como já disse, tenho recuperado fotos antigas que envolvem a família e viagens. E no meio delas vieram os álbuns do Japão. Ficamos, eu e minha esposa, olhando as fotos e nos lembrando.
MUITO DIFERENTE
O primeiro aspecto que nos vem é a diferença. E ela se dá principalmente nos costumes, como as pessoas se portam e a reverência por quem está na chefia, fruto de uma sociedade bastante hierarquizada. É certo que desde nossa visita a sociedade japonesa terá evoluído, mas ficamos com a lembrança do que vimos e esse foi um detalhe que ressaltou aos olhos, sem necessidade de muitas observações.
Outro aspecto é a disciplina e a correção. Viajamos de trem e de metrô e o que vimos foram pessoas que ocupam seus espaços sem importunar as outras. E que não pegam nada que fica nos vagões. Se alguém esquece alguma coisa, ela fica lá para ser recolhida pela empresa e disponibilizada nos achados e perdidos.
COMIDA
Se o comportamento – e a sociedade, portanto – é bem diferente da nossa, a comida, a verdadeira comida japonesa, gera um bom estranhamento. O que chamamos no Brasil de “comida japonesa” quase nada tem a ver com a verdadeira comida do Japão. E fala aqui da comida do dia a dia, exposta nas vitrines dos inúmeros restaurantes de ruas, com o pedido sendo feito, no caso de quem não sabe a língua, apontando o prato.
Salmão e atum não são comuns nesses pratos. Assim como outros ingredientes que usamos. O arroz é uma constante e os bentôs tem divisões específicas para cada ingrediente. A proteína costuma ser peixe, mas não de primeira, a que só os mais abastados tem acesso. O noodles é uma presença constante e nacional, consumido em grande quantidade e como a refeição mais comum do dia.
ABRINDO HORIZONTES
O que mais gosto nas viagens – e não foi diferente nesta do Japão – é que elas nos abrem os horizontes. Ampliamos nossos conhecimentos, tomamos conhecimento com coisas diferentes das nossas e vemos que o mundo não é igual, que cada lugar tem uma característica própria, muitos aspectos diferentes que não se enquadram no nosso padrão.
Ao mesmo tempo, elas nos permitem respeitar as diferença, valorizar o que nos difere dos locais onde vamos e ainda passar a ver o mundo como algo multifacetado, que não foi criado para se enquadrar nos nossos padrões. As viagens, em última análise – pelo menos de acordo com o que penso – mostra que não é o mundo que se adapta a nós, mas que somos nós que nos adaptamos a eles.