Todos nós, desde cedo, deveríamos ter a consciência de que atividade física é essencial à saúde, o que deveria nos levar a praticá-la. Não é assim, no entanto, que as coisas acontecem e o percentual de pessoas que pratica algum esporte ou faz outra atividade que mexa com o corpo é muito pequeno, mesmo apesar da proliferação das academias, que estão praticamente em cada esquina que se passa, indicando que há mais gente se exercitando, malhando, mas não compensando o imenso volume dos que continuam sedentários.
A questão do exercício físico e sua necessidade para a saúde surgiu, nesta semana, antes de uma reunião periódica que tenho. Nela, um dos participantes comentava problemas com seus pais e informava que, hoje, tenta ir pelo menos cinco vezes por semana à academia, não no sentido de tornar-se um atleta, mas de garantir a saúde. Começou estimulado por sua esposa, que sempre malhou. A partir daí, a conversa focou-se nos exercícios físicos e chegou às mulheres, que vão à academia para esculpir o corpo e para os homens que o fazem com o mesmo sentido.
Acho que fui eu que provocou a discussão, chamando a atenção de que algumas mulheres que frequentam a mesma academia que eu malham muito forte, movimentando pesos que muitos dos homens que também a frequentam estão longe de encarar. A maioria delas é composta de jovens, mas há, também, mulheres de meia idade e um bom volume do que já poderíamos chamar de terceira idade, neste caso, significando aqueles que tem mais de 50 anos. Com o tópico levantado, a conversa continuou com o esforço que algumas mulheres fazem para esculpir o corpo, sobretudo com a malhação dos glúteos e das pernas.
Foi então que alguém observou que, na academia e fora delas, as mulheres se miram uma nas outras, vendo como estão em relação a quem está mais próximo. Primeiro, olha a bunda, vendo se está empinada e dura. Depois, as pernas, se estão torneadas e firmes. No final, comparam o corpo. É, dizia um dos participantes, a competição natural entre as mulheres, com cada uma delas querendo aparecer melhor que as outras. O que me surpreendeu foi o comentário feito em seguida: que as mulheres ficam na internet, vendo outras mulheres que malham e se comparando com elas.
Será verdade? Não sei, e não vou perguntar às minhas “colegas” de malhação. O que me ocorreu é que talvez tudo isso parta do preconceito de as mulheres se disporem, muito mais do que os homens, a frequentarem a academia, encararem pesos e malhar forte, deixando o corpo em ótima forma. Se é para mostrá-lo ou não, não interessa, o fato é que, neste departamento, são mais competitivas e determinadas que nós, homens. “Vendo mulher na internet”, neste caso, talvez não seja uma afirmação adequada, como não é adequado dizer que todos os homens que malham e esculpem o corpo tem neurônios de menos.
O exercício físico, na academia ou fora dela, é um meio, não o fim em sim. Se esquecermos disso podemos chegar, sim, ao hedonismo, cultuando o corpo e cuidado da aparência dela somente, deixando de lado o que é mais importante para todos, que é a saúde. Neste sentido, ver mulher na internet e tomar drogas para melhorar músculos, tanto no caso de mulheres como de homens, não é o caminho.
2 Respostas
e a comparação da reação de homens e mulheres – em relação à passagem do tempo e ao corpo – é muito rica de informação subjetiva sobre um e outro sexo: enquanto os caras ganham pancinhas e ficam carecas, geralmente cheios de bom humor fazendo piada de si mesmos, a mulherada tenta disfarçar a vida vivida com procedimentos mil e academia até dizer chega. acho muito louco!
Na internet eu não sei mas na academia os meninos também ficam se comparando uns aos outros. Cada um quer ter o biceps/triceps maior que o do outro. Eles disfarçam mas quando passam pelo esprelho sempre dão uma olhadinha…
Bjs.
Elvira