Quando, ao fim da idade média, começou a prevalência da ciência, que deu uma explicação totalmente nova para o mundo e para as coisas que, antes, não eram explicadas, começou uma revolução e ela foi centrada toda no próprio homem. Foi a partir daí que a terra deixou de ser plana, passou a girar em torno do sol e que surgiram os vários planetas. A ciência começou a cobrir as lacunas do conhecimento humano, proporcionando um novo tipo de informação, desmistificando coisas, ampliando o universo humano. E proporcionou, ao lado disso, o nascimento de inúmeras novas profissões.
Em um mundo todo novo, também as profissões mudaram, exigindo novas habilidades, novos conhecimentos, criando novas especialidades. Mais de um milhar de anos se passaram e graças aos avanços lá começados estamos vivendo uma nova revolução, com a prevalência da informação e do conhecimento, que cria um novo ambiente, confirmando o que disse um famoso pesquisador franças ao afirmar que a única certeza que nos resta é que tudo muda. E hoje, com muita, muita rapidez. Neste novo mundo, necessitamos de novas profissões, especialidades que atendam a uma nova realidade, realinhando o conhecimento e tornando-o mais específico em determinadas áreas.
Algumas dessas novas profissões são derivações de antigas, mas tem um foco inteiramente novo, saindo do universo humano para o de outras espécies, como é o caso dos psicólogos de animais, de um modo geral, e mais especificamente de cães. São pessoas capazes de tratar, entender e explicar o comportamento de quem, dizem, é o melhor amigo do homem. Os fundadores da psicologia jamais pensariam que esta nova especialidade um dia nasceria. Mas se ela guarda um estreito vínculo com um ramo do conhecimento, o que dizer do vendedor de troco. Surpreso? É isso mesmo, o que o nome diz, alguém que se especializou em arranjar trocados e, arranjando-os, vender a quem deles precisa. Pois é a profissão existe.
E o que falar, por exemplo, do cliente oculto? São profissionais que, passando-se por clientes, testam os serviços de um determinado estabelecimento comercial. O intuito, aqui, é o de apurar como tudo está sendo feito e melhorar o que se faz. Mas pode ser usado, também, no outro sentido, de apontar falhas e fazer com os que as cometem sejam excluídos do ambiente de trabalho. Com certeza o trabalho do cliente oculto é melhor do que de uma estátua viva. Sim, isto está virando profissão e pode ser utilizada em uma vitrina, para expor uma roupa. Seguramente tem mais charme do que um simples manequim.
Podemos entrar, ainda, no ramo de aluguel. Nele, temos marido e mulher de aluguel. Não sei se fazem, de um e de outro lado, o serviço completo, mas pelo menos podem se passar por acompanhantes de pessoas que, não estando acompanhadas, querem se mostrar compromissadas. Neste mesmo sentido vem o amigo de aluguel, alguém a quem você paga para fingir que é o seu melhor amigo, aquele que o acompanha desde criança. Estarão os tomadores deste serviço fugindo da solidão? O que acham? A mim parece evidente que sim. Afinal, pensar em pagar por um amigo é algo meio estranho.
Em um mundo onde o artificial ganha mais e mais espaço, os cabelos são muito valorizados. E é por isso que temos, atrelado ao seu uso, uma nova profissão: a de corretor de cabelos. Sim, é quem descobre os cabeludos – acho que, neste caso, são mais as cabeludas – e lhes apresenta a proposta: compro o seu cabelo. Ele é aparado e, então, revendido a quem trabalha com este tipo de produto, fornecendo cabelos para terceiros. Não sei se dá dinheiro, mas li que sim, já que há uma grande demanda para cabelos naturais para a produção de perucas. Dizem que o material sintético, por melhor que seja, não consegue reproduzir o natural, humano.
Vivemos correndo de um para o outro lado, cheios de tarefas, com coisas para fazer e sem tempo para realizá-la. Qual é, então, a solução? Podemos diminuir nosso ritmo, mas isso é bem mais difícil do que contratar um organizador pessoal, nada menos do que alguém que se especializou em organizar nossas coisas. Tem organizadores de guarda roupa, com consultoria sobre moda, e tem organizadores das outras coisas, O fato é que da nossa pressa, do encolhimento do nosso tempo, surgiu uma nova profissão. Com ela, podemos nos organizar sem maiores problemas, desde que tenhamos os recursos para contratar o organizador.
À medida que a mudança avança novas profissões surgirão. Algumas, como já observei, derivadas de existentes. E este é o caso do monitor de crianças. Não, não é uma babá ou um babá. É alguém que trabalha com várias crianças, acompanhando-as e vendo se tudo corre bem. Não age como animador e nem cuida pessoalmente delas, mas as, digamos assim, supervisiona, garantindo que estarão seguras e fazendo o que tem de fazer. Talvez aqui tenhamos a evolução da babá, daquela pessoa que tomava conta dos filhos de quem era mais abastado e tinha recursos para contratá-las.
No rol de coisas novas, que surgem todos os dias e a cada dia, estas novas profissões são, apenas, algumas das novidades. Quer uma prova? De uma passada pelos classificados de um jornal ou, então, por sites de classificados e veja o número de novos serviços oferecidos. A nova realidade cria novas necessidades e com elas vem novas ocupações. Pense bem. Na sua rotina diária que novas necessidades surgiram nos últimos tempos? E como você reagiria se descobrisse que existe uma profissão que a preenche? Afinal, se você sente necessidade de alguma coisa, provavelmente não será o único ou única a senti-la, não é mesmo?
Olhando a questão de outro ângulo e vendo as profissões estabelecidas, inclusive a sua, podemos perguntar: o que você gostaria de ser, profissionalmente falando? Está satisfeito ou não com a sua atual profissão? E por que mudaria? Do meu lado, confesso: Estou satisfeito, não mudaria. E digo mais, se tivesse de escolher, de novo, uma profissão, escolheria a que adotei. E você, faria o mesmo?
7 Respostas
Oi, Lino. Sabe que, um tempinho atrás, conversávamos exatamente sobre esse “surgimento” de profissões, para suprir as demandas novas desenvolvidas à medida que a humanidade “progride”…Quando eu precisei escolher minha profissão, o leque delas era bem reduzido e eu não me encaixava exatamente em nenhuma. Hoje em dia, sei que optei pelo magistério, na falta de outro tipo de trabalho que preenchesse minha verdadeira vocação. Não havia no meu tempo de adolescente as variações de tarefas para quem cursava a faculdade de Letras. Não me arrependo de ser professora, mas, hoje encontro profissões que me realizariam muito mais!
Não vou me alongar…Digo-lhe que essa fartura de profissões que nascem é uma riqueza para quem precisa “escolher” ,agora, sua atividade de vida.
Beijos.
Dora
ah, eu mudaria sim, aliás, ainda tenho esperança de mudar. mas por falar em profissões novas, aqui na frança tem um “serviço à pessoa”, alguém que se especializa em acompanhar idosos (idoso é o que não falta por aqui!). tem também enfermeira “free lancer”: ela vai no próprio carro aplicar injeções, trocar curativos etc e é paga no ato.
Eu amo o que faço, mas não veria problema em fazer outra coisa.
Acho que sempre tive em mente que o que fizesse, faria bem feito.
Agora que tudo muda o tempo todo no mundo, disso não tenho dúvida.
E que bom, pois o maravilhoso da vida está em reinventar-se, em fazer o novo de novo.
Estagnação não é pra mim…
Abração, grande lino.
Não,LINO,eu não faria jornalismo novamente. Apesar de ter trabalhado muito pouco na área,eu hoje escolheria alguma coisa ligada ao futebol.Como um gerente,ou mesmo como técnico.
E fiquei muito surpreso em saber que existe amigo de aluguel. Que coisa!!
abração!!
Lino, me formei em Letras e, agora, em Direito. Mas acredito ter “vocação” para Comunicação, saca?
Acho que adoraria trabalhar numa agência de publicidade, numa TV ou, quem sabe, até num hotel, hehehe!
Viagem, né?
Bjo.
Lino, eu qdo estava na faculdade usava os meus cães para o experimento da Psicologia do consumidor e sempre me dei bem nas constatações…na empresa em que trabalho existe cliente oculto e eu posso lhe assegurar que é ótimo já fui vencedor por tres vezes…a cada mês quatro pessoas saem se vencedoras e o premio e bão pacas! – Não gosto do meu trabalho mas eu o faço com a maior boa vontade e bom coração é o que me dá o sustento e eu não posso reclamar…só não é uma escolha!
abs
Muita gente acha que tem profissão mas são verdadeiros picaretas desde que não tem que prestar contas de resultados.