Toda linguagem, dizem os especialistas, tem suas peculiaridades, variando em função do grupo, de segmento social, de região e de país. O português falado no Brasil, por exemplo, tem variações regionais, expresseis locais, gírias de grupo, etc.
Se é assim com a língua geral, também não é diferente com linguagens específicas. E este é o caso da política – a guerra por outros meios?. Ela é dual, não admitindo muitos matizes. No exercício do político, ou você é a favor ou está contra. E costuma funcionar assim: se está no poder, você defende. Se na oposição, ataca.
E é exatamente este movimento que estamos vendo nas várias discussões hoje envolvendo o uso de cartéis corporativos pelo Governo. Os alinhados ao Governo Lula querem, de toda forma, minimizar o problema, até sugerem que ele não existe. De outro lado, a oposição quer demonizar o seu uso, clamando que é algo escandaloso.
Vamos, então, colocar um pouco de foco na questão: Tanto de um, quanto de outro lado o que está em jogo, na verdade, não são os cartéis. Se no Governo Federal ele é usado, também o é nos Governos Estaduais, muitos dos quais comandados pela oposição.
A questão, então, não é o cartão nem o seu uso, que todos fazem. O discurso se prende, assim, a um posicionamento. Se sou oposição ao Governo, sou contra. Se sou governo, sou a favor. Neste caso o acessório toma ares de principal, discutindo-se os efeitos – muitas vezes pequenos – mas deixando-se de lado a causa.
O que devia estar em discussão, na verdade, não é se o ministro comprou tapioca, mas o próprio uso do cartão, que burla a lei de licitações, uma obrigação de todo ente público. Outro aspecto é a transparência dos gastos, que devia ser obrigatória, já que se trata de dinheiro público, isto é, o seu e o meu imposto.
Não. Governo e oposição se concentram no acessório. Sabem que, se falarem sobre o essencial, acabam abrindo brechas no escudo que constroem com o uso do discurso para, discutindo questões menores, blindarem a maior.
Enquanto isso, nós, os contribuintes, continuamos pagando os gastos de uns e de outros.
7 Respostas
Os cartões corporativos são muito mais fáceis de fiscalizar que o pagamento em dinheiro, isso ninguém fala.
A oposição quer fazer barulho e o governo alimenta isso, na certeza de que os resultados da economia o blindam contra qualquer tipo de acusação.
Enfim, o que era questão de apurar e punir, virou questiuncula eleitoreira, e por isso, ninguém vai apurar, muito menos punir.
Oi Lino,
quanto mais vivo mais me questiono em que lado ficar… Nunca estamos satisfeitos, pois, num mundo onde todos querem ter vantagens especiais, sempre se tem algo a “ganhar” ou “cobrar”!
Abç e bom final de semana
Infelizmente a oposição entrou no jogo de forma errada,LINO. Está é fazendo o jogo do governo.
Como vc bem disse,o problema não é o uso dos tais cartões,mas a forma com que o utilizam.
A fiscalização é tranquila. E isto é o que incomoda gregos e troianos.
Abração!!
Acho isso tudo uma sujeira!!!
nojenta!
bjs!
Lino voce deve ter lido O PrÃncipe de Maquiavel não é?
Um dia vidraça … no outro pedra.
Tudo depente da conveniência…
Um forte abraço.
Lino, aqueles que me conhecem sabem muito bem que não reconheço o Lula como presidente do meu paÃs.
E, a cada dia que passa, novos escândalos (leia-se roubalheira). Sei que também vão dizer que escândalos sempre existiram, o que eu concordo plenamente.
O que eu não concordo é o sempre “não sei de nada”; a omissão, a mentira.
Mas, na hora de viajar por aÃ…..
Bjão e otimo findi.
Hehehe..se abrirem a discussão poderão perder os cartões e isto não interessa a nenhum dos lados né? kkkkkkkkkk