SONHANDO COM AS ESTRELAS

Será que somos os únicos? Será que um dia conseguiremos deixar este mundo natal e chegar em outros corpos celestes? Será que a humanidade está fadada a conquistar as estrelas?

Estas são algumas das perguntas que nós, humanos, nos temos feito ao longo dos tempos. Aos poucos, fomos descobrindo algumas das respostas e uma delas nos foi dada há 40 anos quando o astronauta Neil Armstrong pôs o seu pé na lua. Como ele próprio disse, foi um grande passo para a humanidade. Pela primeira vez o homem colocava os pés em um outro corpo celeste, mostrando que era possível, sim, deixar a terra e caminhar em direção ao sonho maior, de chegar às estrelas.

Ainda hoje descreditada por alguns – uma pequena minoria, é verdade – o pouso na lua serviu, mais, a propósito políticos, na disputa entre os Estados Unidos e a então União Soviética. Do lado científico, provou que era possível deixar a Terra, ir a um outro corpo celeste e voltar à nossa casa, o que nos punha a possibilidade de, um dia, podermos migrar deste planeta azul em que vivemos, no caso de uma necessidade. O pouco na lua incendiou a imaginação de todos, tornando ainda mais presente o sonho com as estrelas.

Hoje, dia 20 de julho, fazem 40 anos que Neil Armstrong deu os primeiros passos no satélite da Terra, fincou a bandeira do seu país, fez uma pequena caminhada, colheu material para análise, retornou ao módulo lunar e à sua origem. O passo, do ponto de vista científico, foi gigante, principalmente se considerarmos os recursos técnicos da época, como os computadores. O da Apolo, que levou os astronautas à lua, não tinha memória, de verdade, já que se comparado com os dias atuais sua capacidade de armazenamento era idêntica a dos atuais relógios de pulso.

Neste ponto de vista foi uma aventura incrível, impulsionada por uma disputa política que colocou duas partes do mundo em uma corrida espacial. O feito, um orgulho para o Ocidente que, no final, tinha batido os comunistas, levou a novos planos, de enviar uma nave tripulada a Marte e a de fazer novos pousos na lua, já pensando em estabelecer lá uma colônia de humanos. E depois da lua, viria Marte e, depois, as estrelas, chegando a outros locais da Via Láctea.

No final, o sonho foi só um sonho. O programa espacial, de um e de outro lado, acabou implodido pelo seu alto custo e, com a queda da União Soviética e dominância do capitalismo, ele não mais surtia o efeito de propaganda de antes. Os custos acabaram com os pousos lunares e com os projetos de irmos adiante. Os voos espaciais ainda persistem, mas estão restritos à órbita da Terra, não voltados para as estrelas, como eram na época da corrida espacial.,

Ao celebrar os 40 anos do primeiro pouso lunar, podemos reconhecer que foi, efetivamente, um grande feito, um passo gigante da ciência que contribuiu para incendiar a imaginação humana, tornando mais próximo e mais real a possibilidade de chegarmos às estrelas. O marco ficou, mas o caminho do espaço, mesmo com uma volta à lua ou a chegada a Marte parece mais distante. Afinal, o mundo criou novas necessidades e é preciso atendê-las antes de nos aventurarmos no espaço.

Os programas espaciais caminham a passos bem mais lentos do que na época da chegada à lua. Temos mais possibilidades, melhores técnicas, equipamentos mais modernos, mas falta, sobretudo, recursos, que são demandados em grande volume. Os voos espaciais continuam, mas falta algo de espetacular, como a chegada do homem à lua para, de novo, incendiar a nossa imaginação. E de novo nos colocar, não só no sonho, mas realmente no caminho das estrelas.

Até que isso acontece, o sonho persiste. Aliás, ele é tão velho quando a própria humanidade e, não tenho dúvida, irá continuar.

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