Há alguns anos, estudando a cultura que estava florescendo no mundo, Umberto Eco cunhou uma expressão que foi muito usada, dividindo as pessoas em apocalípticos ou integrados. No caso dos primeiros, viam a tecnologia, que começa a florescer e mudar a vida de todos nós, como algo que nos traria só problemas. Viria, com ela, o apocalipse, atingindo a todos. De outro lado, os integrados não só adotavam o novo como o defendia, vendo na mudança um sinal de progresso e nada temendo em relação ao que pudesse acontecer. Extremamente erudito, Eco gastou todo um livro para explicar a sua teoria e nos trouxe, todos nós que estávamos na área de comunicação, uma dura leitura, mas que era – e acho que ainda é – essencial.
O tempo passou e os integrados acabaram virando nerds e geeks. Criou-se toda uma cultura tecnológica, inclusive com o surgimento de livros que passaram a explorar o assunto, dos quais o marco é Neuromancer, de William Gibson, esgotado no Brasil. A subcultura (?) criada com a tecnologia uniu muita gente, mas sempre foi protagonizada por uma minoria, pelos que esperam, por exemplo, o lançamento de um novo produto Apple, tem iMac, Macbooks, iPhones, etc. São os integrados, consumidores do que há de mais novo na tecnologia. São também usuários intensivos dela.
Desde o lançamento do livro de Umberto Eco muita coisa mudou, começando pelo grande salto tecnológico que nos trouxe o moderno telefone celular, a internet e tudo o que os dois acabaram gerando. E a sociedade, mudou? A resposta, tomando-se por base uma pesquisa da Forrest Research, é positiva. Sim, houve mudança e o que era minoria há alguns anos, acabou se transformando em mainstream. Segundo The State of Consumers And Technology, hoje a maioria corre atrás do que há de mais novo na tecnologia. Um dos indicativos, e não é o estudo quem diz, é o grande sucesso do iPhone, um gadget que mudou o conceito de telefone celular e que se tornou uma espécie de coqueluche mundial.
Em inglês existe uma expressão para este segmento de consumo: early adopters. São os que primeiro aderem ao que há de mais novo, que sempre estão trocando de gadgets para terem, sempre, o que há de mais atual no mundo da tecnologia. Para eles é que são feitos blogs como o Engadget e é para eles que a indústria se volta, como é, mais uma vez, o caso da Apple com os seus lançamentos. A pesquisa da Forrester restringe-se aos Estados Unidos e Canadá, mas serve para nos dar uma mostra de como a tecnologia integrou-se à cultura e às casas, com mais de 60% das residências tendo internet em banda larga.
Uma outra indicação que os integrados aparentemente venceram a batalha, colocando de lado os apocalípticos, é o fato que, apesar da crise, as compras on line apresentaram um bom desempenho. Ao lado da internet, a marca mais evidente da adoção das novas tecnologias é o celular, com mais de 83% das residências onde além do casal há filhos, adotando-o. O estudo nos leva a uma questão: será que somos todos geeks? Falo por mim, e assumo: Sim, sou. Posso até não estar entre os earlies adopters, mas certamente sou um usuário intensivo da tecnologia, mas reconheço que ainda existe um bom número de pessoas que a tema.
A questão levantada por Umberto Eco ainda é atual e podemos, sem dúvida, discutir os benefícios e os malefícios da tecnologia. Uma coisa, no entanto, é certa: ela já mudou a sociedade. (Via NY Times)
8 Respostas
Eu não sou dos primeiros a adotar, mas, sou dos que tenho que saber como funciona para poder indicar, ajudar a entender, configurar, vender… nunca serei um neo-ludita
Ainda bem que mudou,né LINO. Já pensou se tudo continuasse como antes??
abraços e um otimo fds a vc.
Tá, eu confesso: tenho o meu lado geek, sim! E que anda aflorando mais do que devia, diga-se de passagem, hahaha!
Adoro gadgets, adoro tudo o que se refere à tecnologia! E compro tudo o que posso, na medida do possÃvel!
Minha próxima aquisição? Um e-book reader! Já tô pesquisando pra comprar, hehehe!
E ainda tenho estudado sobre a nanotecnologia… é simplesmente inacreditável!
Bjo e otimo feriado, quilido!
Todos gostam de tecnologia. Isso é fato. Infelizmente com a pouca cultura que o brasileiro tem, saber o uso correto da tecnologia é algo ainda que está engatinhando.
Olá Lino!
Eu não sabia, mas outro dia, vendo uma reportagem sobre os geeks, eu me identifiquei. E , guardadas as devidas proporções, sou sim. Só não troco a tecnologia mais rapidamente por conta de não poder seja por um motivo ou outro. Gostaria de ter mais tempo também.
Beijo!
Olá Lino!
Eu não sabia, mas outro dia, vendo uma reportagem sobre os geeks, eu me identifiquei. E , guardadas as devidas proporções, sou sim. Só não troco a tecnologia mais rapidamente por conta de não poder seja por um motivo ou outro. Gostaria de ter mais tempo também.
Beijo!…
Não sou dos primeiros, mas depois q varios amigos adotam ai passo a adquirir.
Big Beijos
Muitos adotam pela propaganda ou como imitação. Eu adoto o que pode me trazer resultados e facilitaria a minha vida mas se for para me trazer problemas fico de fora. Qt ao celular eu acho que já existem usuários o bastante para ser exigido os créditos por tempo indeterminado.