O que caracteriza uma cidade? A pergunta cabe para qualquer lugar que visitemos, mas quando se trata de Paris, as respostas são múltiplas. A cidade é marcada, primeiro, pela sua arquitetura, milenar às vezes, mas também pelos imensos bulevares – uma antevisão de quem planejou a cidade – e, mais ainda, pelos monumentos, que estão em toda parte e que, no final, acabam passando meio que despercebidos devido ao seu número e a integração que tem com o conjunto da cidade. Outra característica são os enormes espaços verdes, como o Campo de Marte, em frente a Torre Eiffel, áreas criadas há centenas de anos e que continuam preservadas e à disposição dos parisienses, que as aproveitam principalmente quanto tem sol, seja que estação for.
Paris tem um charme especial e tudo o que integra a cidade contribui para ele. Apesar de ser uma das grandes metrópoles do mundo, a cidade tem um ritmo todo especial, bem diferente do nosso – aqui no Brasil e em outros locais do Ocidente. Um exemplo: as lojas que, normalmente, abrem de 11 às 18 horas, indo no máximo até às 19 horas, ficando fechadas no domingo. E este ritmo é tão internalizado que até restaurantes, café e bistrôs fecham no domingo. Aliás, estes mesmos restaurantes, cafés e bistrôs ficam completamente lotados ao final do expediente. Neles, os franceses tomam uma taça de vinho, comem ostras ou lancham, ao mesmo tempo em que colocam a conversa em dia. Definitivamente, o encontro na “brasserie” é um dos aspectos mais marcantes da cidade.
Cidade que mais recebe turistas no mundo, Paris é, na verdade, uma verdadeira babel moderno. Nela, principalmente nas principais atrações, é possível ouvir línguas de todo o mundo: russo, sueco, espanhol, português – do Brasil e de Portugal – alemão, polonês, japonês, chinês e vários outros idiomas falados ao mesmo tempo. O incrível de tudo isso é que, no final, as coisas acabam acontecendo. Os franceses, normalmente, tem má vontade com o inglês, mas ele é muito usado e quando não é entendido, existem sempre os gestos. Afinal, os franceses, como nós, são latinos. E, no caso dos brasileiros, sempre é possível descobrir um patrício – de Portugal – que fala a nossa língua, facilitando as coisas.
Outra característica marcante da cidade são as enormes filas para as principais atrações. O Louvre, a torre Eiffel, a catedral de Notre Dame, o Arco do Triunfo, a Igreja do Sacre Coeur sempre tem filas, que podem ser maiores ou menores, mas não é possível ir a estas atrações sem participar de uma multidão. Na torre Eiffel, chegando mais cedo, fica-se pelo menos uma hora na fila para adquirir o tíquete que dá direito à subida e ao incrível panorama da cidade que se vê do topo da centenária construção. No Louvre, além da fila na entrada, os corredores estão sempre lotados e, no caso de uma de suas principais atrações, a Mona Lisa, é quase que impossível aproximar-se dela devido à concentração das pessoas.
O que a cidade oferece de melhor? Arquitetura e história. As duas, na verdade, se combinam, integrando-se. Mas Paris vai além disso, muito além, abrindo-se ao observador que pode ver semelhanças e diferenças entre a nossa cultura e a francesa. Uma coisa é certa: vale a pena ver a cidade, seus marcos, sua arquitetura, ter contato com o povo e ver como a cidade se move em um ritmo totalmente diferente do nosso. Se me perguntarem, responderei que fui, gostei e recomendo.
Uma resposta
Um dia também pretendo ir, camarada Lino.
Um abraço.