Fazer pão caseiro tem sido, há praticamente um ano, um dos novos lados que a pandemia me trouxe. O que tenho descoberto, em relação a essa atividade, é que não existem dois pães iguais e que as receitas não significam sucesso na produção de um determinado pão caseiro e para que isso aconteça existem várias razões.
Como uso fermento natural na maior parte dos pães que faço, acumulo uma boa quantidade de descarte desse fermento e, por isso, fico procurando meios de usá-lo, dando utilidade ao que seria descartado e, portanto, perdido. Tenho feito várias experiências. Algumas, deram certo. Outras, não.
ÓTIMA OPORTUNIDADE
É o que aconteceu nessa semana. Achei uma receita muito simples que usa o descarte para a produção de pão caseiro. Pensei: Que ótima oportunidade!. Como tinha descarte acumulado, decidi testar a receita. O intuito era produzir dois pães, que seriam presenteados a amigos.
Acordei mais cedo, preparei os ingredientes – apenas três deles – e me preparei para misturar a massa, deixá-la descansando e seguindo os passos que me levaria a um novo pão caseiro. Com a massa foi tudo bem, de início. Só que, ao contrário do que mostrava a receita e as fotos que, na internet, ela fornecia, a massa cresceu muito pouco na primeira fermentação.
Resolvi seguir adiante e dar os passos seguintes. Neles, decidi que ao invés de dois, faria apenas um pão caseiro e que ele ficaria em casa, pois não sabia qual seria o resultado da receita. E fui em frente. Formatei a massa, coloquei-a para novo descanso e fermentação. Mais uma vez o crescimento foi mínimo.
PÃO, QUASE UM TIJOLO
Mesmo sem muita fé no que a receita iria resultar, levei a massa ao forno e a assei pelo tempo necessário. O aspecto geral do pão não era dos melhores. Ele ficou desbotado, quando deveria ter ficado marrom dourado. Sua consistência parecia boa, até macio. Mas a prova final viria quando esfriasse e poderia prová-lo.
Resumindo a história: a massa do pão ficou bem compacta, com uma casca mais grossa. O gosto ficou bem ácido, devido à fermentação do descarte. O resultado, definitivamente, não foi o que esperava.
Depois de ver o pão e prová-lo, brinquei com minha esposa:
– Não fiz um pão, mas um tijolo.
Ah! Estou contando o milagre, mas não vou mostrar o santo, isto é, o pão tijolo que acabei de produzir. O que está vendo na ilustração é outro pão, feito em outra época. E esse deu muito certo.