O mundo sempre foi desigual. Mas nem sempre foi tão rico como hoje é. Se olharmos o Ocidente o que vemos é o desperdício, principalmente de dinheiro, gasto com coisas que, certamente, nossos avós chamariam de fúteis. É o endeusamento do consumo, do descartável, do fácil, de se viver o virtual e não se importar com o que acontece.
O mundo tornou-se um espetáculo e nós fazemos parte dele. Com isso, acabamos não atentando para alguns números e não olhando para onde deveríamos olhar. É muito melhor viver no espetáculo, que é bonito e se basta, do que ser confrontado com pobreza, miséria, doença e coisas que, vistas na TV, não tem nenhuma plástica e nem oferecem um belo visual.
Mas a realidade está lá fora, nos assombrando, aparecendo em relances e deixando antever que, afinal, o espetáculo não é tudo. Além dele existem outras coisas, outro mundo. Nele, não existe saneamento, as pessoas não tem água, as crianças não estudam, morrem de diarreia e as famílias sobrevivem, com dificuldade e passando fome, mas sobrevivem. Este, na verdade, é o mundo real. Nele, a fantasia foi deixada de lado, pois a prioridade é sobreviver.
Neste mundo está quase metade da população mundial – 2,6 bilhões de pessoas – que vive com até dois dólares por dia. É isso mesmo, pouco mais de 4 reais, e alguns milhões deles estão aqui, no Brasil. É neste mundo, também, que um bilhão de pessoas não tem água potável, outros 2,6 bilhões, não tem esgoto. E é neste mundo que 200 milhões de crianças estão nas ruas, outras 47 milhões fora da escola e, anualmente, quase dois milhões morrem de diarreia.
Este mundo, o outro mundo, não é uma ficção. Os números – todos eles – são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. E eles mostram, também, que seria muito fácil mudar. Bastaria que os mais ricos repartissem o que tem. Se pegássemos, por exemplo, a fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo, resolveríamos, de uma vez por toda, o problema da miséria.
Mas vamos resolver? Não sei. O que sei é que este é o panorama que temos: um mundo injusto, desigual, onde poucos tem muito e muitos tem pouco. Poucos desperdiçam e muitos passam fome. Poucos gastam muito e muitos tentam, pelo menos, arranjar o que comer. Este mundo é o resultado de políticas que glorificam o capital, o consumo e se esquece do ser humano. Que fala em um mundo global, mas olha para o seu próprio umbigo.
Então, viva o capitalismo. Viva a globalização. E vamos viver no sonho.
A DISPUTA DA BELEZA
E por falar em desigualdade, a disputa para ver quem é a mais bela, está ficando desigual e a Camila Pitanga colocou uma boa frente, sendo seguida de perto pela Ana Hickmann e da Cleo Pires.
Gente, estou ficando com pena da Taís Moraes e acho que vou lá na barra lateral votar nela. E você, já votou? Não? O que está esperando, então. VÁ votar. E deixe sua opinião sobre a escolha.
30 Respostas
Uns com tanto e outros com tão pouco. Acho que nunca houve uma discrepância tão grande em relação a esse tema.
E, vendo o mundo como está, dá vontade da gente sair correndo, né?
Mas façamos a nossa parte: começo com o Lucca, mostrando a ele que não há porque disperdiçar comida, por exemplo. Se ele é um menino que tem tudo, como alimentação, boa escola, saúde e lazer, muitas, mas muitas crianças não têm. E o grande barato é ver a consciência que ele tem das coisas, apesar da pouca idade.
Bjus.
Excelente o artigo Lino. Dói pensar que o mundo poderia ser diferente, que a vida poderia ser muito melhor se poucos abrissem mão do muito que têm em favor dos muitos que mal conseguem obter o necessário para a sobrevivência diária (milhões nem isso conseguem). Às vezes penso que Millôr tinha razão quando disse: “O homem é um animal inviável”. Outra frase dele que também se revela mais atual do que nunca: “O homem é o cancêr da natureza”. É duro, mas é verdade. Mesmo assim, continuo otimista. Não é que descobriram um planeta igualzinho à Terra. Quem sabe não dá pra começar tudo do novo, do jeito certo?
Um abraço.
PS: o acento em câncer saiu errado. O revisor foi sumariamente demitido.
Nooooooooossa, 2,6 bilhões é muita coisa e noooooooossa, como essa foto é chocante! Já tinha visto, aff.
beijos, querido
MM
Muito triste. Mas não adianta nada achar triste e não mudar nada, que tal começar na nossa própria comunidade?!!!
bjos
Boa tarde Lino!
Texto primoroso…magistral…essas diferenças sempre me assustam em especial se confrontadas à Ãfrica …gente, quanta pobreza , miséria, doenças…a AIDS se alastra assustadoramente lá…nessas fotos a gente vê essa realidade chocante, assustadora…Mas é difÃcil mudar, eu já nem tenho tantas esperanças assim…mas fica a consciência, e também acho que podemos fazer a nossa parte…Um beijo carinhoso, Lino, e um bom fim de semana, Crisssss….
E isso não vai mudar nunca né?
Nenhum ser humano quer dividir o que têm, ora se os outros passam fome não é problema meu, é exatamente assim que se pensa.
Isso desde que o mundo é mundo, uns conseguem amealhar tudo, enquanto para os outros não sobra nada.
É muito cruel.
Um beijo
Lino,
Que tristeza essa foto ! A que ponto chega a ganancia do ser humano, para desconsiderar os que simplesmente pedem para comer.
Pa’ra o mundo que eu quero descer, como dizia Raul Seixas.
Fico me perguntando: como podem, os que tem poder e dinheiro, ver uma coisa assim e nao se comoverem…
Sds,
Susana
Muito bom seu post de hoje. Realmente a desigualdade no mundo é gritante. Poucos veem isso e muitos fecham os olhos. É uma pena. Uns com tantos outros com nada.
Bom fim de semana. Um abraco
OI LINO! OBRIGADA POR SUA VISITA AO MEU BLOG!
VIVEMOS NUM PAÃS DESIGUAL. EU VIVà EM MOÇAMBIQUE E SEI BEM O QUE É A MISÉRIA, Và BEM DE PERTO. NEM PRECISAMOS IR TÃO LONGE, AQUà EM SÃO Paulo há nixos de extrema riqueza, e extrema pobreza…na rua aqui pertinho de casa há apArtamentos que custam 2 milhões de reais, e no entanto, rodando 1,2 km, tem uma favela….
difÃcil entender e FINGIR QUE TÃ TUDO NORMAL…
BJS!
LIno:
Nas ruas de Maringá, a chamada cidade verde, ecológica vejo tanta brutalidade. Costumo ver todo dia uma senhora com cabelos longos, brancos empurrando seu carrinho com papelões…. Tantos catadores de lixo…a cidade está com seus pobres à mostra e se vangloria de tanta m*
E o Brasil é um retrato gritante dessas desigualdades. Nossa classe dirigente não sabe lidar nem com o capitalismo, nem com o socialismo.
E ficamos ouvindo velhos discursos da esquerda e vendo atitudes do mais cruel mercado…
Lino, o mundo precisa é de um choque de humanidade!
Cada vez mais eu me convenço de que este mundo não é o que eu quero viver,LINO.
E cada vez mais podre.
Abração!
A foto é chocante mesmo.. mas tem q mostrar a realidade..
aaaaaaaaaaaatchim Big Beijos
Oi Lino,
essa realidade pega no mundo inteiro, mas o que se vê é a ONU canalizando a grana pra locais onde os holofotes iluminam mais.
Beijos
Lino,
Eu me entristeço profundamente quando penso nesta situação. Só sei dizer: Pai, afasta de nós este cálice! Não desistir de acreditar que há solução se todos quisermos agir.
Quanto à sua pesquisa de beleza, nçao entendo mesmo de mulher, mas achei o máximo a sua resposta para a minha sugestão, rsrsrs. Beijo!
O absurdo praticado pelas tidas grandes potências é que gastam milhões com material bélico, engenhocas de destruição em massa, quando poderiam e deveriam investir na igualdade mundial. Mas Nietzsche diz muito bem que o poder não pensa em liberdade e igualdade, mas trabalha pela sobreposição e arrogância porque gostamos de ser liderados, tendemos a ser manipulados por pessoas com inteligência e poder de ação que, de certa forma, nos deixam desconcertantemente enfeitiçados.
Eu não arriscaria confrontar Nietzsche, até porque diz Freud que o homem gosta e precisa dos rituais para sobreviver. Na atualidade, carecemos de lÃederes, de pessoas que nos falem e nos tragam a possibilidade da mudança de paradigma para a vida e para cuidar do mundo e de nós mesmos, e bom seria se fôssemos irmãos, iguais, cuidadores e cuidados.
BeijUivoooooooooooosssssssssssssss
“O mundo tornou-se um espetáculo e nós fazemos parte dele.” Parece que nos cabe, dentro do espetáculo, escolher o papel que queremos desempenhar. A Crys (Jardim de Letras) me perguntou se eu lhe conhecia. Entendi porque ela me indicou que lesse vc. Abraço pr’ocê
é Lino.. a desigualdade reina e a mÃdia aplaude, faz questão de acentuar isso.
Não compreendo a briga por beleza, nem o endeusamento das BBBs…
eita mundo!
Ainda bem que Jesus voltará.
te beijo
O mundo é um mundo de contrastes. As vezes penso que é de propósito. Seria a liderança da Camila Pitanga uma homenagem às mães dos deputados e senadores?
Olá Lino! É…. a desigualdade, realmente, sempre foi um problema muito presente na vida de todos mas que fazemos vista grossa pra muitos dos casos pq nos preocupamos somente com a gente… se cada um fizesse a sua parte, terÃamos um mundo muito diferente do que vemos hj…. bjokas!!!
A desigualdade é enorme … mas não sei o que podemos fazer ! De minha parte tento ajudar os que me cercam !
Beijinhos ,
Bel .
Dá uma tristeza muito grande a gente lembrar desses fatos. O pior é que quem justamente tem muito, não ajuda em nada quem precisa, somente quem tem pouco ou já passou por situações parecidas. Muitas dessas instituições e ong, são tudo fachadas, ajudar que é bom eles não fazem, pergunte para Grace. Veja o exemplo dela, não é nenhuma pessoa rica, mas faz de tudo para ajudar os refugiados. É de pessoas assim que o mundo está precisando.
bjs
Parece que o ”gene” do altruÃsmo tem se mostrado recessivo na evolução humana, mas ele existe, então vamos usá-lo. Podemos não resolver o problema da disparidade sócio-econômica do mundo de uma vez, mas podemos contribuir em pequena escala para quem sabe, um dia, erradicar tanta injustiça. O que não podemos fazer é depender somente de polÃtica e governo para resolver. Cada um é responsável por fazer acontecer.
Valeu o post!
Lino
É a dura realidade, infelizmente. Mas é pior qdo a gente sabe que pode ser feito algo e só não é feito por causa de politicagem e má vontade, isso é terrivel.
Um beijo e bom final de semana!
A foto do Jesus africano.
Lino, a desigualdade sempre existiu, a globalização só fez escancar, mostrar o outro lado da moeda. Se antes as notÃcias vinham filtradas, agora elas são esfregadas na nossa cara. Mas não adianta somente tomar conhecimento dos fatos.
Bom feriado! Beijus
Eu não sabia que a mãe da Camila Pitanga é francesa.
Os ricos so querem saber de consumir mais e mais enquantos os pobres morrem literalmente de fome…isso nao vai acabar bem
Gostei muito do seu texto. Parabéns!
Certas coisas não entram na minha cabeça, como pagar R$ 25.000,00 numa bolsa por exemplo,,, mas há os que defendam o valor e ótimo, cada um vive como quiser,,, eu procuro fazer minha parte, não por desencargo de consciência e sim porque não aceito viver com tanta diferenças…