Você gosta de arte? Quanto seria capaz de pagar por uma obra, principalmente se ela for de um dos grandes mestres mundiais da pintura? Pode-se dizer que, na verdade, uma obra de arte, pelo seu lado simbólico, não deveria ter preço e que os grandes artistas deviam ter suas obras exibidas em público, para deleite de quem as aprecia e pode, com isso, vê-las.
O fato, no entanto, é que um quadro, que você coloca em uma parede, é muito mais do que um símbolo. Ele pode, também, ser um tesouro e não exatamente no sentido artístico da palavra, mas monetário mesmo. Se assim é, quando você pagaria, por exemplo, por um trabalho de Picasso? Suas obras tem sido adquiridas por museus e colecionadores por alguns milhões de dólares, sendo que o último deles comercializado, Dora Maar com Gato, chegou à centena de milhões de dólares.
Quando se fala em Picasso, van Gogh, Cézanne e outros mestres da pintura é natural que suas obras sejam valorizadas. Mas daí a valorar um quadro em dezenas, mesmo centenas de milhões de dólares vai um caminho longo, não é mesmo? Pois saiba que não é nenhum desses pintores o campeão em preço de um único trabalho. Este feito coube a Jackson Pollack – você já tinha ouvido falar dele? – teve uma obra vendida há três anos por mais de 140 milhões de dólares.
Como justificar os preços? Não há como, pelo menos penso eu. Mas se em relação a arte os valores estão atrelados ao fato de se ter uma obra única, o que dizer de personagens de filmes, de histórias, de livros, etc.? Certamente eles não estão perdidos, no esquecimento, como se poderia pensar. Tome-se, por exemplo, o caso do Mickey, o ratinho humanizado feito por Walt Disney que, a partir dele, construiu um império de entretenimento. O cálculo de especialistas é que, até hoje, ele já rendeu mais de 5,8 bilhões de dólares.
Um herói mais moderno, Harry Poter, está entre os cinco personagens que mais faturaram ao longo da história, com mais de 2,68 bilhões de dólares. É lógico que o ator que representou e representa o personagem ganhou um bom dinheiro, mas nada comparado com os direitos recebidos por sua autora e por outras empresas que exploram as marcas. O personagem Frodo Baggins, de O Senhor dos Anéis, também está entre os mais ricos, com 2,9 bilhões de faturamento.
O contraste entre o único da pintura, que eleva o seu preço e a torna indisponível no mercado, pois quem possui um quadro de um mestre não o vende, e a massificação dos personagens nos mostra que o marketing moderno é bem mais efetivo, fazendo com que os rendimentos se multipliquem, transformando a criação de um autor em franquias miliardárias e alavancando negócios globais, como é o caso da Disney.
A lógica é que, sendo único, ele é mais valorizado. Mas a lógica é, também, que havendo massificação os rendimentos se multiplicam. No final, de um ou de outro lado, existe uma grande movimentação financeira. E isso nos leva a uma reflexão: o personagem de hoje, para o qual não damos importância, pode ser o milionário de amanhã. E a arte, às vezes tão pouco valorizada, também pode trazer fortunas, mas elas, quase sempre, não vão para quem a produz. (Via Infoplease)
6 Respostas
Arte não tem preço, apesar de ser um (bom) negócio também. O grande dilema é que uma peça de arte, nas mãos de um particular, será apenas dele e só poderemos aprecia-la se ele emprestar para alguma exposição ou algo do gênero.
É porisso que gosto de museus. Um dia inteiro no Louvre, por exemplo, vale por uma vida toda!
Um abração.
Embora, apesar de não ser uma expert em artes, gosto de adquirir, sempre que posso, telas, esculturas. Nem falar nos artesanatos aqui de Minas, claro.
Museus também são meu tesouro: quando entrei pela primeira vez no Louvre, a emoção foi indiscritÃvel.
Bjo.
Lino. O foco do seu texto é a questão: qual é o critério para se valorizar exageradamente ( em dinheiro) uma obra de Arte? Só o fato de ela ser única e irrepetÃvel? Mas, se há também a multiplicação dela (apesar de que não considero grande Arte em Senhor dos Anéis, nem em Harry Potter) em milhares de “clones” e ela sobe de valor também…
Acho que Arte não deveria ter preço. O artista deveria viver, sim, de seus direitos autorais, mas, abrir mão de ser um milionário ou bilionário…Utopia a minha, não?
Entretanto, acredito que o verdadeiro artista não deveria ser “ligado” na parte financeira. Outra utopia. Não existe isso. O artista é pobre, enquanto não é consagrado…
E penso que se trata de um egoÃsmo mesmo quem adquire uma carÃssima tela e a guarda em casa, para deleite próprio ou de alguns. Como disse seu leitor: um viva para os Museus de Arte!
Beijos.
Dora
Falar da arte em quadros é algo inimaginável pra mim,pois sou totalmente leigo.Já passei horas no Louvre,por exemplo,e poucas peças chamaram minha atenção.
Por outro lado,a massificação da arte nas telas do cinema é algo que,sem duvida,traz um retorno financeiro assombroso pra seus autores. Mas como prever o que será sucesso ou não??
Oi Lino.
O que faz uma tela valer alguns milhôes de dólares é um mistério indecifrável para mim. Já o entretenimento de massa é o circo indispensável do nosso tempo.
Um abraço.
Nunca entendi o valor de uma arte. Um cara, por exemplo enche a tela de manchas coloridas que tem um significado para ele, mas que para os outros, nada tem a ver. Eu nesse sentido, sou um ignorante, pois nunca consigo entender o que o pintor quis expressar.