Se eu disser que política é importante, o que você dirá?
Não, não precisa responder. Políticos e política, no Brasil, não têm um grande conceito. Aliás, nem conceito têm. Mas a política – não os políticos – é mesmo importante. Afinal, sem ela não existe democracia, não existe participação, não há meio de a sociedade influir e não há, sobretudo, como mudar dirigentes, impulsioná-los e fazer com que atendam ao que a maioria quer.
Se a política é importante – e, reafirmo, é – os partidos deveriam ser o meio de exercitá-la. Veja o caso dos Estados Unidos. Lá, as coisas ficam claras e sabemos que Barack Obama é candidato pelo Partido Democrata. E seu adversário, o John McCain, dos Republicanos. Os partidos, neste caso, têm a sua marca, são respeitados, seguidos e são eles que dão suporte aos candidatos, não o contrário.
Observe que são dois partidos dominantes nos Estados Unidos. Na Inglaterra são três. Na França, quatro. Na Alemanha, três. E no Brasil, quantos são? Duvido que alguém saiba o número, a não ser consultando os registros do Tribunal Superior Eleitoral. Ah, e antes que me contestem: em todos os países citados existem outros partidos, mas eles têm um número muito pequeno de votos.
Voltando à questão brasileira, vou dar a sigla de alguns partidos para que você diga o que querem dizer. Pronto? Então, lá vão: PSTU, PSOL, PR, PP, PRTB, PAN, PHS, PPS, PRP, PMN, PTB, PMDB, D25, PT, PSDB, PCdoB, PCB e PDT. Não, estes não são todos os partidos. Existem outros, vários outros, com o PCO, que podem ser considerados legendas sem expressão eleitoral.
E então, quer se arriscar? Faça um comentário e identifique os partidos. Se você os conhecer todos e souber seus nomes, considere-se uma das pessoas mais bem informadas do país. Se não os conhecer, não se preocupe. A maioria não é mesmo importante e, no Brasil, a política é centrada nas pessoas, nas lideranças, não nos partidos. E é essa característica, dizem os especialistas, que impedem que tenhamos um sistema partidário forte.
E para ver se você está ou não antenado com a política, proponho um outro desafio que é descobrir, apenas tentando lembrar-se, de alguns líderes políticos que estejam ligados a um ou mais partidos listados. Se fizer este exercício vai descobrir que sabe o nome de alguns, os mais conhecidos. E os outros, que forma a maioria?
Por fim, uma última consideração: Lembre-se que fomos nós, os eleitores, que colocamos todos eles lá, na Câmara, no Senado, nas Assembleias, Câmaras de Vereadores e Governos. E só com a política é com o seu bom exercício é que podemos tirá-los de lá.
12 Respostas
Desafio dificil, se o canalha não estiver na midia dando voz a alguma manobra espúria é impossivel saber ate porque mudam de partido desavergonhadamente.
Lino, esses partidos mais novos, criados recentemente, confesso que não sei mesmo. O que seria esse D25, meu Deus?
Esse número surpreendente de partidos prova que quantidade nunca foi, com certeza, qualidade.
O pior de tudo é que os polÃticos do nosso paÃs são eleitos por nós… acho que nos resta somente ficar atentos e não cometer os mesmos erros de antes.
Bjão.
Não acho os EUA modelo para nada , especialmente na polÃtica onde o zé povinho não tem nenhum acesso pela carestia das campanhas, pela audência de oportunidades nos partidos e pela hegemonia de dois partidos apenas. O Brasil precisa de uma reforma polÃtica com urgência mas eles não ficam atrás.
Lino, acho que está faltando a sigla de um partido, é a PQP para oinde eu gostaria de mandar tudo quanto é polÃtico brasileiro.
Falemos o que quiser, mas os EUA são uma democracia e o Brasil um arremedo dela.
Nos EUA há CENTENAS de partidos. Não há restrição para que sejam criados e que disputem eleições. Mas os dois grandes se destacam porque têm militância e valores programáticos, coisa que não existe no Brasil, onde partidos sem afinidades ideológicas, como PT e PTB, se unem apenas para desfrutar dopoder.
Olha Lino sempre falo que no Brasil deveria ter só 2 partidos: Esquerda e Direita. E deveriam se inspirar nesse modelo ai dos EUA, q os candidatos ralam pra conseguirem ser eleitos em prévias de partido pra depois disputar o cargo, é mais justo. Veja o Brasil com partidos minúsculos q não levam a lugar algum, vc pode reparar que eles sempre querem alguém conhecido pra poder entrar no poder, permitindo q com uma votação enorme consiga levar mais de uma pessoa do partido ao poder, veja o caso do Eneas(que Deus o tenha) por exemplo.
Big Beijos
Lino,
concordo plenamente com você. Tanto a polÃtica quanto os polÃticos são importantÃssimos e, enquanto não lhes dermos a devida importância, a polÃtica continuará sendo mal exercida por trambiqueiros, oportunistas e exploradores. É necessária uma urgente reforma polÃtica neste paÃs. E mais necessária ainda, a recuperação da consciência polÃtica, duramente extirpada durante os anos da ditadura.
Eu não identifiquei o tal D25… isso é um partido?
Grande abraço.
Lino, aqui na França tem vários partidos polÃticos, eles acham que isto é sinal de democracia, mas no momento das eleições tudo se polariza em torno dos dois grandes, um de direita e outro de esquerda. O povo é muito mais politizado que no Brasil, na televisão os programas onde os polÃticos aparecem dão uma audiência enorme, mas o conceito que eles tem dos polÃticos também é como o nosso, acham que são todos aproveitadores. E como “a voz do povo é a voz de Deus…”
Abraços.
Lino, faz tempo desde a última vez que um candidato meu foi eleito; Estou quase sempre contra a maré e quando li seu post, lembrei de uma brincadeira que fiz no IP; comentando que já que vão recriar a CPMF com novo nome (e permanente); poderiam também reciclar nomes de certos partidos e até do paÃs. Minhas sugestões foram: PAC – Partido Assistencialista e Corrupto – (Já aproveitava a sigla e ia em frente…rs); PIMBA – Partido dos Impostos Banais; PRG – Partido da Roubalheira Generalizada; PENS! – Partido do ‘Eu não sabia’!, PDN – Partido Descarado Nacional. O Brasil também poderia mudar seu nome para uma sigla: PIADA – PaÃs dos Impostos Absurdos e Desigualdade Associada…
No Brasil, há muuita confusão entre essas siglas, não há fidelidade partidária nem ideologias. São apenas arranjos e acertos pÃfios que acabam com a nossa polÃtica. Eu nunca votos em pessoas, e sim em partido, voto em idéias, mas as pessoas que deveriam representar essas idéias nem sempre as seguem como deviam. O papel aceita tudo, não é mesmo?
Reconheço que nossa omissão e descaso é que elege certos polÃticos e que coloca certos partidos em evidência, mas realmente não dá para se interessar…rs. A mim parece perda de tempo.
A questão, meu caro, é decidirmos o que queremos. Não sei se já o tinha comentado contigo, mas o que me parece interessante é que paÃses aonde o sistema é de uma forma querem o contrário e aqueles que têm o contrário querem ser como os outros paÃses: claramente algo está errado com o sistema polÃtico!
Esperarmos que as pessoas se diluam num partido é errado e impossÃvel. Algumas figuras do Partido Democrata confirmam que o partido vai além da massa, por isso é impossÃvel acreditar nisso. Errado é, pois ao invés de eu ter uma Câmara (seja ela qual for e a que nÃvel estiver) se um partido tem X representantes e todos agem da mesma forma, então mais vale ter apenas o lÃder do partido a ter X % de voto. O que justifica o salário de tanta gente que se dilui dentro de uma coletividade partidária?
O sistema personalizado aproxima o cidadão do voto, mas, aproxima a pessoa em causa a possÃveis incumprimentos dos princÃpios básicos da moral e da legislação. Dá-lhe uma imagem de super-homem potente para fazer o que lhe apraz, como o caso de Hitler e Mussolini.
Ambos os sistemas são incompletos e imperfeitos. O sistema alemão tenta ser um misto dos dois sistemas e só leva a ainda maior confusão entre os polÃticos, os mÃdia e os próprios eleitores…
Já sobre ter dois ou dois mil partidos. Há quem possa defender que ter dois traz a força e uma visão mais articulada e há quem possa dizer que tem maior oportunidade de escolha quando tem muitos partidos.
Claramente, para mim, não é a questão partidária que deve ser revista, mas todo o sistema reavaliado.