Sou fã de ficção científica e devido ao lançamento do novo filme, estou relendo Duna e os livros que seguem, com a história do planeta o que nele aconteceu ao longo dos anos. A história, como muitos devem saber, é centrada na família Atreides, a quem foi dada e tirada Duna, o planeta deserto.
O primeiro livro, Duna, que já reli, conta a história a partir da decisão da posse do planeta, onde se produz a especiaria que é, ao mesmo tempo, prolongadora da vida e veneno. A família Atreides toma posse dele, mas o perde em uma conspiração. A história se foca, então, em Paulo, o filho, que se transforma em líder local e retoma o planeta.
SÉRIE DE LIVROS
Já passei, também, pelo segundo livro da série, que é Messias de Duna. Ele conta a transformação de um líder político em mito e seu endeusamento, com todas as consequências que ele causou, sendo amado, de um lado, e odiado, do outro. No final, ele desaparece de cena e o rio continua a fluir, dessa vez, com seus herdeiros, que são os personagens do terceiro livro, O imperador deus de Duna, que estou lendo.
Os resumos acima são simplificações, já que os livros são muito mais complexos, cheios de nuances e se é recheado de mortes, traições, etc., também trazem o lado humano, as dúvidas das pessoas, seus questionamentos, criando um clima psicológico que ajuda no desenvolvimento da trama.
Eu já havia lido os livros, mas tinha tempo. Com o próximo lançamento do novo filme sobre Duna, que promete, no mínimo, belas imagens e ótimos efeitos especiais, decidi voltar à leitura, me atualizando. Descobri que muito do que lembrava derivava do filme anterior, que tomou como base o primeiro livro. Livros e filmes, como sabemos, são diferentes, mas como os segundos trazem imagens, elas ficam guardadas.
FIDELIDADE AOS LIVROS
Não tenho ilusão quanto à fidelidade do novo filme ao livro e uma das primeiras mudanças é de um dos personagens chaves, o planetólogo que vira local e que tinha o sonho de transformar o deserto em áreas verdes, vendendo esse sonho aos fremem, o povo local. No livro é um homem. No novo filme, uma mulher negra.
Ao mesmo tempo em que continuo a leitura, aproveitando, também, o tempo disponível do isolamento social devido à Covid 19, atualizo-me sobre o universo construído por Frank Herbert, o autor da série, e sobre as tramas que relata. Com a memória fresca, poderei comparar o que o novo filme dirá, o que farei apenas por curiosidade.
Como disse, filmes e livros são muito diferentes. São dois meios de contar histórias e, no caso dos filmes, por mais fidedignos que sejam tem de fazer concessões ao meio que usam. Isso não quer dizer que filmes derivados de bons livros não possam ser bons. Existem muitos exemplos de excelentes filmes derivados de livros. Assim como existem exemplos de maus filmes a partir de livros bons.
RECOMENDO A LEITURA
O anúncio do lançamento do novo Duna me fez voltar à leitura e mergulhar no mundo fantástico criado por Frank Herbert. Se você gosta de ficção científica e ainda não leu Duna – e os livros complementares – recomendo fortemente que o faça. Pelo menos em relação ao primeiro volume.
Enquanto o filme não chega, vou continuar as leituras e pretendo chegar ao final antes do lançamento de Duna, dirigido por Denis Villeneuve, também o diretor de Blade Runner 2049, um filme esteticamente muito belo, mas cujo conteúdo ficou a desejar. Vamos esperar que, desta vez, seja diferente.