Reuniões de famílias sempre rendem histórias engraçadas. São causos que envolvem quem conta, o que é minoria, e de conhecidos, parentes ou amigos. Seja um mico que pagaram ou situações profissionais em que alguém é colocado e acaba protagonizando um desses causos.
No Dia dos Pais, na reunião de família, ouvi algumas dessas histórias. Uma delas envolve um médico, amigo de um cunhado, e o atendimento a pacientes em uma das cidades da Grande Vitória.
O consultório fica em um posto de saúde do município e a antessala estava cheia, o que é padrão no atendimento à saúde no Brasil. Ele terminou o atendimento a um dos clientes e chamou o outro. Viu entrar um senhor, pessoa humilde. O médico levantou-se, o cumprimentou e pediu que se sentasse.
– O senhor já se consultou aqui antes? Tem ficha neste posto de saúde?
Às perguntas, ele apenas balançou a cabeça, indicando negativa. O médico lhe disse que, antes do atendimento, era necessário fazer a sua ficha, preenchendo um rápido cadastro. Ele novamente balançou a cabeça concordando.
– Vamos começar, então, qual é o seu nome?
– É o seu
– Não, acho que não entendeu. Preciso que me fale seu nome.
– É o seu, doutor.
– Não posso atendê-lo se não me disser como é seu nome. Assim que o fizer, digo qual é o meu.
– É o seu, doutor.
– Pare de brincar comigo, por favor. Tenho muitas pessoas esperando para serem atendidas.
O médico tinha ficado irritado com as respostas recebidas e demonstrou no jeito de falar com o cliente. Ele ficou quieto por uns segundos e respirou fundo.
– O senhor não entendeu, doutor, o meu nome é Éoceu.
O médico ficou surpreso e o cliente, embaraçado. Como ocorre com muitos brasileiros, ele tinha um nome estranho, que não parecia nome.
Depois do nome, veio o sobrenome, a ficha médica foi preenchida e ele atendido. O médico não perguntou a razão do nome, mas, como também é corriqueiro, muitos dos nomes estranhos acontecem devido a erros no registro civil.
No caso do seu Éoceu, acredito que deveria chamar-se Alceu.