Primeiro, na Internet e, depois, nos jornais, vi a notícia de que fecharemos este ano um número maior de telefones celulares do que habitantes do planeta. De um lado, pode-se dizer, que isso é bom, mostrando que mais e mais gente está conectada, usufruindo do que a nova tecnologia lhe pode oferecer. Com mais gente usando celulares, a comunicação vai mais longe, a informação chega mais rápido e abrem-se novas possibilidades de conexão, de aproveitamento de conteúdo e de aprendizado. A comunicação, no final, entendem todos seus teóricos não vai mais mudar o mundo, mas já o mudou e uma das novas faces dela são os telefones celulares.
Toda moeda, no entanto, tem sempre dois lados, assim como todas as coisas. Se há um lado bom no fato de chegarmos a tantos celulares, há um outro aspecto que precisa ser levado em consideração, que é a geração de lixo tecnológico, formando montanhas de aparelhos velhos – às vezes, nem tanto – que passam a apresentar um novo problema e tem contribuído, inclusive, para poluir terrenos, já que na fabricação dos celulares muito dos materiais não são amigáveis com a natureza. Na verdade, este é apenas um aspecto do lixo, mas devido à difícil degradação do material, é um dos mais sérios e isso é fácil de explicar pelos milhões de aparelhos fabricados e vendidos todos os anos.
Somente a Apple vendeu, no último trimestre, mais de 40 milhões de iPhones e, na certa, substituíram outros que os compradores tinham. Alguns desses telefones – a menor parte – acaba sendo revendida, o que cria um mercado paralelo, mas a maior parcela dele, mesmo que não de imediato, vai parar no lixo. E junto com ele vão computadores e outros aparelhos eletrônicos, que ficam obsoletos com uma impressionante rapidez. Quem, afinal, vai querer um celular ou um computador velho se é possível ter um novinho em folha por, no caso do Brasil, por algumas centenas de reais – o que não se aplica, é certo, aos aparelhos chamados top de linha. No final, o que temos é uma imensa quantidade de lixo, um problema sério que custa muito caro para resolver.
O telefone celular virou um ícone da sociedade atual. Todos tem um. E todos o usam para os mais variados fins. Muito mais do que um simples telefone, ele é rádio, computador, gerenciador de emails, meio de ver vídeos, etc. Suas múltiplas utilidades – além de falar – fazem com que mais e mais pessoas dependam deles. Além disso, para consumir novos conteúdos, precisam de aparelhos novos, de última tecnologia, criando-se um imenso mercado de consumo que, a cada seis meses, troca o seu smartphone ou substitui seu telefone por um outro.
Se você ainda não tem a dimensão do problema, imagine a acumulação de quase 7 bilhões de aparelhos celulares. É a isso que estamos chegando e tão certo quanto o lançamento de novos modelos pelos que os produzem, é que serão substituídos e irão virar lixo. A mesma tecnologia que, de um lado, é boa, acaba representando uma ameaça ao meio ambiente- É hora de nos preocuparmos com isso.
Uma resposta
Lino, esta é uma preocupação que aflige quem se importa com o ambiente. Do outro lado está o consumismo, o lucro e a ambição desenfreada.
Onde iremos parar?
Abraço, garoto