E então, a espécie humana está muito mais doente do que sempre esteve? Ou, atualmente, estamos muito melhor do que sempre fomos? As duas perguntas foram colocadas pela secção Ciência Médica, do US News & World Report, um jornal que, antes físico, hoje é só online. As perguntas me fizeram pensar e acabaram chamando a atenção para o artigo que, ao respondê-las, ambas afirmativamente, adota duas vertentes que são muito interessantes.
A primeira é que, sim, estamos a cada dia mais doentes que antigamente. E isso pode ser visto, por exemplo, pelo último surto de gripe suína, que rapidamente se espalhou por todo o mundo e infectou milhares de pessoas. E a segunda, que também é positiva, pela extensão do tempo de vida, pelas melhores condições de alimentação e de sobrevivência, já que tornamos, em princípio, o mundo bem menos hostil que antes.
Mas aqui, vamos ficar com a primeira questão, do porquê estamos tão doentes. O que aconteceu? De acordo com os especialistas, uma junção de fatores, começando por uma super-higiene – uma mania de limpeza, mesmo – que além de nos deixar com a sensação de pureza contribui para, no final, tornar menos poderosas as defesas do organismo. Ao lado disso, temos o sedentarismo, que pode ser considerado o maior mal moderno, criado pelas inúmeras facilidades colocadas à disposição das espécies, do confortável automóvel com câmbio automático ao controle remoto da televisão.
Combinados com estes dois males que são modernos vem um outro que faz parte da nossa própria evolução, que é a diminuição de bactérias no nosso organismo. Somos, como já disse – Na boca e em todo o corpo – em alguns artigos neste blog – veja o Arquivo com os assuntos – um condomínio, já que em nosso corpo, dentro e fora, convivem milhões de bactérias. Só que, nos tempos modernos, graças à mania de higiene, elas estão diminuindo e, com isso, deixam de fazer uma tarefa importante para o nosso metabolismo.
O que ocorre, então, exatamente devido a esta combinação de fatores, é que estamos mais vulneráveis às doenças, não criando, ao longo do tempo, as imunidades que as preveniriam. E ao longo desta mudança, mudamos também as causas das mortes por doenças. Elas ocorrem não mais em função de infecções – tratadas pesadamente com antibióticos que, no final, ajudam a diminuir a imunidade – mas de doenças crônicas, que não são curáveis mediante a ingestão de um medicamento.
Criamos, com a evolução da medicina, um paradoxo, que é o de termos uma vida mais longa e, pelo menos em tese, mais saudável, mas, ao mesmo tempo, abrimos espaço para novas doenças, novas ocorrências de infecções como a gripe suína. Sim, vivemos mais e melhor. Mas, sim, também estamos menos imune a uma série de doenças oportunistas e, ainda, sofrendo com a obesidade, fruto do pouco movimento feito, dos confortos modernos e da comida, impregnada de todas as substâncias químicas que deveriam torná-las mais saudáveis mas que, no final, contribuem, mais uma vez para nos predispor para novas doenças. (via USNews)
5 Respostas
Lino, o que mais me assusta é o alimento adulterado e o que ele provoca…remédios eu ainda os uso muitas vezes caseiros…mas existem coisas que só os quimicos ajudam a curar…no caso do alimento é um fato bem mais barra pesada pois muitas vezes nem sabemos o que estamos ingerindo ou o que muitas vezes foi badalado como o alimento revolucionário em determinado momento pode ter sido descoberto um tirano vilão disfarçado de bonzinho!
abs
Caro Lino, a boca e o nariz são as duas principais portas, que com ajuda de duas pontes que são as mãos, levam para dentro de nosso corpo os microorganismos (micróbios/germes) que são os vÃrus e as bactérias, os únicos seres que se adaptaram a todos os lugares do planeta. Estão no ar, no fundo do mar, no subsolo e dentro de nós, dispostos a ganharem espaços e dominarem todo nosso organismo, terminando muitas vezes por se tornarem donos de nosso corpo, como o câncer e a AIDS, nos matando e devorando-nos logo em seguida. Sem dúvida, a higiene é um dos fatores que tem ajudado o ser humano a viver mais. Lembro de meu pai que logo depois que me dava dinheiro para eu ir ao cinema, mandava eu lavar as mãos. Dizia ele que o dinheiro era sujo e transmissor de muitas doenças. Vejamos o que dizem os microbiologistas: “É incalculável o número total de espécies somando bactérias, protozoários e vÃrus, aos tipos também microscópicos de fungos e algas. Existem mais células de bactérias no nosso corpo do que células humanas. Geralmente esses parasitas se aproveitam dos nutrientes de nosso organismo sem causar problemas e alguns até fazem bem como certos lactobacilos que evitam infecções. Mas não faltam bactérias altamente perigosasâ€. Agora vamos ao questionamento do Lino, que pergunta em seu artigo, por que apesar de tanto cuidado com a saúde e a evolução da ciência, estamos sempre doentes? Olha Lino, como você bem diz, comemos muitas frutas e verduras com agrotóxicos, além de muitas comidas industrializadas e “embalsamadasâ€, digo congeladas, a intoxicar cada vez mais nosso corpo, somados ao sedentarismo e o estresse do dia-a-dia. Mas tem algo que acho pior que tudo isso e que estraga o organismo, deixando-o dependente e com sérios prejuÃzos causados pelos efeitos colaterais, que são os remédios. Hoje se toma remédio pra tudo, ninguém aguenta uma simples dorzinha de cabeça e vai logo se enchendo de drogas, que é o que realmente são os remédios, ou seria veneno. Bem, aà vai depender da quantidade. Quanto à higiene, procuremos não exagerar, principalmente quando tratar-se de bebês e crianças, para que seus organismos tenham tempo de criar anticorpos e passem a ter suas próprias defesas. Agora não podemos descuidar de muitos de nossos polÃticos, verdadeiros vÃrus, que devemos eliminá-los pelo remédio do voto, nas próximas eleições, fazendo com que tenhamos um congresso asséptico, com representantes que zelem pelos nossos interesses e que sejam imunes a desonestidades e tenham muita saúde democrática. Um abraço, Armando. [recomentarios.blogspot.com]
Lino, não sei até q ponto a mania de limpeza pode ser boa. Dependendo de como é feita pode virar neurose.
Big Beijos
Tudo realmente evolui. E se começarmos a pensar que somos um poço de bactérias e vÃrus, viver começa a ser algo insuportável, e deixaremos de sentir os prazeres da vida.
Gostaria de saber se uma pessoa pode ter duas vezes escarlatina?
Agradeço antecipadamente a atenção,
Simone