Esqueçam o meu passado

Antes de termos no poder alguém que não chegou à universidade, atribuíram ao presidente anterior ter dito para esquecerem o seu passado.

Na verdade, Fernando Henrique Cardoso jura que não pediu para esquecer o que escrevera. Bom intelectual, tem sempre a oportunidade de justificar o que disse por circunstâncias da época. Como o tempo anda, as opiniões também.

Se no meio intelectual é complicado esquecer o que escrevemos ou o que dissemos, no meio político este é um comportamento corriqueiro e usual.

Agora mesmo estamos vendo isso, não em palavras, mas em ação.

O presidente Luiz Inácio retirou de sua biografia – pelo menos na propaganda eleitoral – tudo que se relaciona ao PT, partido que fundou e que lhe deu sustentação, inclusive na criação do mensalão.

Além de “lavar” sua biografia das “manchas” do PT, o presidente Luiz Inácio acha que isso é só um detalhe, nada importante.

Talvez ele tenha razão. Importante, na verdade, não é o que ele foi ou disse, mas o que vem fazendo.

E a ação, neste caso, não resiste a uma comparação com a biografia. Pelo menos se tomarmos por base o que foi dito e feito anteriormente.

Como o tempo muda, o presidente mudou. E nesta mudança deixou de lado crenças que sempre professou.

Talvez por isso é que não tenha sabido do mensalão, dos sanguessugas, das propinas cobradas por assessores, de licitações superfaturadas, etc. etc.

Talvez se ele se preocupasse com sua biografia, nada disso tivesse acontecido.

O que parece é que, tomando gosto pelo poder, ele colocou o posto acima e à frente de tudo. E para mantê-lo pode, inclusive, apagar sua biografia.

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