Há, hoje, um intenso questionamento sobre os caminhos da educação. A dúvida mais comum é como casar a necessidade da educação com as questões de nossa contemporaneidade, principalmente a questão do consumo e a relação estabelecida com os educandos, que veem o ensino como produto e, eles, como clientes.
Invariavelmente, este é um assunto recorrente quanto se trata de educadores. Tenho ouvido professores de todas as áreas se preocuparem com ele.
O interessante é que esta não é uma preocupação local, como mostra um suplemento há pouco publicado pelo Le Monde, um dos principais jornais da França, tratando da questão da educação.
Segundo o blog Complexity, Innovation and Knowledge a educação, como a fazemos, tem um pé na Grécia e se centra no individual, no cumulativo. A maneira de educar, portanto, não evoluiu, mas a sociedade sim.
Nessa evolução, o que era separado, acabou se juntando. A ciência, por exemplo, se integrou à economia. O consumo passou a fazer parte da cultura. O individualismo cede, neste caso, a comportamentos mais comuns, que unem faixas de pessoas com objetivos próprios.
O que os autores do blog afirmam:
Internet, rádio, televisão, etc. mudaram o mundo. A ciência tornou-se parte do sistema econômico e não mais está associada à política ou religião. Assim, a educação – e-ou a ciência – transformou-se em um bem de consumo.
O primeiro e devastador elemento é que o consumismo é um processo de não ou anti-individualismo. O problema é que as escolas não estão adaptadas para esta nova realidade, que é audiovisual, baseada na internet, etc.
As escolas ignoram completamente as consequências desses movimentos: a ciência não se preocupa mais com o “conhecimento do ser”, mas sim com o “conhecimento de ser”.
É uma opinião com a qual concordo. O problema é como mudar, primeiro, a posição dos próprios mestres e, depois, da escola.
Só fazendo uma revolução cultural