Em Blade Runner, um filme que se transformou em ícone, Daryl Hanna faz o papel de uma robô que foi criada e programada para dar prazer. Como os robôs do filme eram réplicas perfeitas dos humanos, toda a sensualidade da atriz, então nova e com uma beleza diferente, foi explorada, mas ela não se relacionava com nenhum humano, mas sim com outro robô, que liderou uma rebelião e voltou à terra.
A sugestão do sexo está lá, mas ele existiu, de forma efetiva, entre o personagem de Harrison Ford e de Sean Young, que se julgava e se sentia humana, mas também era uma réplica. Mas por que tudo isso, você deve estar se perguntando? Chego lá. A razão é um livro, que não é assim tão novo, mas que traz uma discussão polêmica em torno dos robôs e da futura utilização que deles faremos.
O livro é Robots Unlimited – e pelo que sei, não tem tradução em português – e o seu autor é o David Levy, considerado um dos luminares da inteligência artificial. No livro – veja em inglês, no Google – ele discute a vida em uma era virtual e faz previsões do desenvolvimento de robôs pensantes, quase humanos. Ele tem uma visão particular da questão e prevê, inclusive, uma interação entre humanos e máquinas.
O aspecto mais polêmico, no entanto, é exatamente o relacionamento sexual – tal como em Blade Runner – entre humanos e robôs. David Levy acha possível que dentro de 40 anos mais haja casais mistos, de robôs e humanos e que haverá, inclusive, a possibilidade de procriação entre as duas “espécies”. Este assunto, aliás, não é novo no blog e já falei dele. Só que os estudos avançaram e a pesquisa de Levy virou um livro.
E é nele que discute, a partir de um amplo levantamento, inclusive de pesquisas em andamento, como será o futuro e, nele, os robôs serão corriqueiros. Tão corriqueiros que virarão nossos parceiros, em todos os sentidos, com “máquinas” com forma humana capazes de perfazer todas as necessidades sexuais dos homens e mulheres. E cita como boa mostra disso o personagem de Jude Law em Inteligência Artificial, o filme de Steven Spilberg, que é um robô amante.
O fato é que o assunto está de volta. Acredito que haverá, sim, uma evolução dos robôs. Mas não imagino a interação que Levy antevê. E você, acha possível o relacionamento, inclusive sexual, entre homens e máquinas? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Vamos debater a questão.
7 Respostas
Eu duvido.
Uma coisa é vc fazer uma máquina raciocinar a partir de dados objetivos. Ela processa os dados e dá respostas podendo até fazer um sÃntese da situação e chegando em algo que um humano responderia, seja em palavras, seja em atos.
Outra coisa é fazer uma máquina responder a partir de dados e conceitos subjetivos. O impulso sexual é absolutamente subjetivo. A atração não tem regras definidas e muito menos o ato sexual e mesmo o prazer, tudo é variável conforme a pessoa, o local, o horário e mesmo as roupas que os parceiros estejam usando.
Por mais que o processamento de dados se desenvolva eu acho difÃcil que um computador consiga ter emoções e mesmo algo mais, que faz muita diferença no sexo, o afeto. No máximo, a máquina poderia simular uma situação comum, ela agiria como, digamos, um prostituto ou uma prostituta a expressar emoções que não está sentindo, ao mÃnimo impulso da outra parte. Seria sexo, mas não interação…
Lino
ECA,ECA,ECA……..
Nada como o ser humano com suas delÃcias e defeitos…..
Tem que ser homem mesmo,NO TOQUE ,NO CHEIRO ,NA CHATICE……
Na realidade esta questão é uma das centrais de muita boa ficção-cientÃfica. K. Dick e Asimov, de tempos em tempos, como você mencionou, regressavam à questão da alma dos robôs. Se eles são seres sentientes é natural que essa especulação ocorra.
Acredito que a evolução possa ser nesse sentido que você menciona, mas não para tão pronto. Refiro-me à questão de eles nos serem de ajuda e algum companheirismo. Só espero que a versão Exterminador (filmes e série) não venha a ocorrer!
Sobre a questão sexual, como nota, lembrei do DragonBall, aonde um dos ciborgues chegou a ter filhos com um humano (Kurillin)… quando era mais novo e vi isso achei absurdo!!! Mas hoje, pouca coisa me espanta. Não sei se você viu a série Andromeda, mas uma das questões perenes na série era mesmo essa: a relação entre a inteligência artificial das naves (quase sempre feminina) com o capitão, chegando a relações menos próprias do ponto de vista daquela sociedade “futurÃstica”… Mesmo lá a moralidade do tema que você aborda era dúbia…
Lino, este teu amigo velho não se considera aptio a discutir assuntos de tão avançadas teorias. Acho que a coisa, se acontecer, nem meus netos irão presenciar. Então me perdoe mas não vou queimar meus parcos neurônios sobreviventes discutindo sobre o tema.
Lino, homens e máquinas se completam em muitas situações, mas, quanto ao sexo, vamos combinar, né?
Com todas as suas imperfeições, não tem nem o que ponderar… o homem, claro!
Bjo.
O livro tem tradução em português-sou portuguesa e o li ,comprado em Lisboa,na coleção “Europ-América”.
Aliás eu tive toda a coleçõa de ficção cientÃfica da europa-america de onde se destacam nomes como philip van dick…são livros baratinhos e ainda os pode adquirir atrvés da net.
Já existe sexo virtual. O próximo passo serão com as imagens holográficas, com os andróides, é questão de tempo!:)
Mas prefiro pele com pele, o calor humano e assim por diante.
Em tempo, Blade Runner é um filmaço!!!!