O título, tomado de empréstimo de Gabriel Garcia Marquez, é perfeito para classificar o episódio envolvendo a nacionalização dos recursos naturais bolivianos.
O presidente Evo Morales nunca escondeu – pelo contrário, alardeou – que esta era uma das medidas centrais do seu programa de governo.
Se sua campanha foi feita sobre esta base, o governo brasileiro sabia o que iria acontecer. E que medidas tomou para preservar os interesses brasileiros?
Nada. Agora, todos estão correndo para mudar uma situação. O Brasil, que já não é bem visto na América Latina, que nos considera – com razão – imperialistas, só pode apelar para a pressão.
Qualquer que seja o resultado das ações do Governo, o Brasil perde.
De um lado, politicamente, já que a iniciativa boliviana mostra que o Brasil não tem influência sobre os latinos.
De outro, economicamente. A Petrobras, que pertence a todos, perde seus investimentos. A economia perde com um possível aumento do gás e o país, como um todo, por não controlar um bem que lhe é muito necessário, o gás natural.