Assunto corriqueiro nos livros de ficção científica a telepatia tem ocupado um vasto espaço na imaginação das pessoas. Afinal, não seria ótimo se conseguíssemos comunicar o que sentimos, o que queremos apenas com o pensamento, fazendo com que a outra pessoa soubesse, de imediato, o que está acontecendo conosco? Também seria assustador, já que, olhando do lado reverso, poderíamos ter nosso pensamento invadido.
Prós e contras existem em todas as ações e atividades e não será¡ diferente com a telepatia. Há, inclusive, a questão de ela efetivamente existir e poder ser exercitada. Se isso o preocupa, não ocorre o mesmo com o Departamento de Pesquisas Avançadas da Secretaria de Defesa dos Estados Unidos, o Darpa. Ele tem o que poderíamos chamar de secção de ciência maluca e é graças a ela que está patrocinando uma nova pesquisa que visa a desenvolver um meio de os soldados se comunicarem, em batalha, via telepatia.
Impressionado? Pois bem, esta comunicação seria mediada por computadores. Como? Pelo que li, incorporando os chamados devices tecnológicos aos próprios soldados. Eles receberiam algo como um implante que lhes permitira a comunicação. O implante “leria” o que o soldado está pensando e transmitiria a mensagem a outros, prevenindo-os, avisando-os, passando comandos, etc. Com isso, os atuais equipamentos de comunicação, essenciais às atividades militares, poderiam ser colocados de lado.
De acordo com a Wired, o Darpa – que em um orçamento considerado ilimitado para pesquisas militares – está financiando várias pesquisas envolvendo telepatia e já tem experiências feitas com macacos, que a usam para se comunicar. Além da comunicação, as pesquisas avançam em seus objetivos e chegam a focar no controle do “inimigo”. Busca-se, por exemplo, uma maneira de controle mental – telepático ou não – que o faça receber e cumprir determinadas ordens, facilitando, no caso, a vitória do outro lado.
A questão do controle mental não é nova. No auge da guerra fria dizia-se que a Rússia estava treinando telepatas e que tinha um programa com vários deles em ações. E isso levou o Ocidente também a pensar na questão. De certa forma, o controle mental é o fundo do filme The Man Who Stare at Goats. É a história de um projeto secreto que desenvolve “agentes” e “soldados” que, ao invés de armas, usam a mente e, olhando os bodes, são capazes de matá-los com o pensamento.
A questão central, acho eu, é que, mais uma vez, a ficção invade a realidade. O que foi pensado há¡ muito tempo e visto como fantasia se concretiza mediante os fundos das agências de defesa dos Estados Unidos. A ameaça nuclear, o temor da extinção pode ter passado, mas o homem – e não são só os militares – continua procurando jeitos diferente de matar os outros e, se for possível usar a mente, o fará¡, não tenham dúvidas, mesmo que sejam usadas só para a comunicação.
E isso é apenas algo que se tornou público, divulgado pelo próprio Departamento. Imagine, então, o que existe de pesquisa secreta? Confesso que isso me dá um pouco de medo. E você, como se sente?
3 Respostas
Xiiiiiiiiiii! Lino, se a moda pega ninguém mais vai ter privacidade. Por mim, está bom assim como é. Acredito mais que a sensibilidade das pessoas têm que fluir ao invés de ler pensamentos.
Feliz Ano Novo.
Abracos
Eu ainda temo, Lino, que um dia algum legislador mal intencionado invente e identificar as pessoas com a colocação de um chip no cérebro. O problema não seria em si a comunicação instantânea, mas o fato de se poder rastrear tudo o que a pessoa faz ou algum de seus pensamentos.
Isso seria o fim da liberdade e da democracia em todos os sentidos.
Se um dia tentarem isso enquanto eu estiver vivo, pego em armas para lutar contra.
Que coisa, hein, Lino! Não dá para saber se essas coisas são possÃveis, ou não. Mas é apavorante pernsar na hipótese de ser controlado mentalmente.
Obrigado por aparecer lá no blog. Eu havia perdido o contato, mas já está restabelecido. Feliz 2010 e um abração.