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O RETRATO DE QUEM VOTA

Há no Brasil e em várias partes do mundo, como acabamos de ver com as eleições na Itália, um generalizado protesto contra os polí­ticos, vistos, na maioria das vezes, como desnecessários e, no mí­nimo, como gastadores, consumindo recursos que seriam melhor utilizados em outros campos, não na remuneração deles ou para dar suporte às casas legislativas. As crí­ticas, em sua maior parte, costumam ser justas, afinal vemos a cada dia desmandos e má utilização de recursos do cidadão. Nesta situação, o que temos é a confusão, errônea, da polí­tica com os polí­ticos. Condenam-se os polí­ticos e, com eles, a polí­tica,

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APOSENTADORIA, O FIM DO SONHO

Sou de uma geração que conviveu, no que se refere à aposentadoria, com dois comportamentos diferentes. Enquanto no meio rural, onde nasci e cresci, pouco ouvi as pessoas falarem em aposentadoria. O único exemplo de aposentado era meu avô – também meu padrinho – que criou duas famílias – a dele e a de um filho – e parou de trabalhar, mas manteve-se ativo até sua morte, ocorrida enquanto dormia, tendo chegado aos 94 anos. Depois, na cidade, as coisas mudaram e vi muitas pessoas jovens com o sonho de aposentarem-se e “ficar sem fazer nada”. Talvez por causa do

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SISTEMA CONSTRU͍DO PARA FALHAR

A possibilidade de quebra de alguns países da Comunidade Europeia, que é real, traz o medo de que o mundo afunde, novamente, em uma profunda crise, deixando de crescer, aumentando o desemprego, diminuindo as compras, enfim, fazendo com que a economia encolha. O que acontecer na Europa irá afetar o mundo, o que significa que cada um de nós seremos também afetados. Como chegamos a isso? A resposta não é simples e eu, para falar a verdade, não saberia responder. Mas posso apontar o fundamento de tudo o que está acontecendo e ele se chama capitalismo. Desde a sua invenção,

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VIDA E MISÉRIA NO MUNDO DE HOJE

Nesta semana a Organização Mundial do Trabalho (OIT) divulgou números sobre o trabalho no mundo e, a partir deles, nos traz um retrato que não é bonito, já que nos mostra a existência de milhões e milhões de pessoas que vivem no que a entidade chama de “extrema pobreza”. Para muitos de nós a realidade da pobreza ou da miserabilidade está longe e só nos é trazida pelo noticiário dos jornais, rádios, TV e interne. Não convivemos com ela, não estamos perto de onde ela ocorre e, tampouco, nos relacionamos com os que estão na classificação do órgão da Organização

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O QUE O ELEITOR QUER

A política no Brasil quase sempre é enquadrada em cima da vida parlamentar ou de quem está à frente dos Executivos nos três níveis de Governo – Federal, Estadual e Municipal. O que vemos normalmente na mídia é a informação sobre gastos parlamentares ou do Governo e o que os dois fazem. O ângulo é sempre de crítica e, no mais das vezes, ela é justa, já que os políticos – que não encarnam, em si, a política – têm comportamentos que não são nada aceitáveis. Como já disse antes, a política – e poderíamos dizer com P maiúsculo –

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O FIM DOS NOSSOS RECURSOS

Feriadão e chuva combina com televisão. E foi “sapeando” os canais que acabei parando no Discovery. Nele, uma interessante matéria – ou seria um documentário? – sobre a população da Terra e o uso que fazemos dos recursos naturais, incluindo a preservação do planeta mediante a economia do que é escasso ou de se evitar contaminar o que, amanhã£, pode nos ser essencial. O cerne da discussão, no entanto, eram os alimentos e como alimentar uma população em crescimento, enfrentando as desigualdades que hoje temos. Um dos maiores continentes, a África tem muita terra arável e fértil, mas uma grande

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ELEIÇÃO, DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO

Conhecidos os eleitos em todo o Brasil – Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Deputados Estaduais – talvez seja conveniente fazer uma reflexão sobre a eleição, em si, o que ela representa para a democracia e, nesta visão, abordar a questão da participação dos brasileiros nas escolhas de seus representantes em níveis estadual e federal. Não sou daqueles que brigam com os números, mas eles oferecem uma visão interessante do embate eleitoral no país. Tomemos o caso da Presidência da República que, de longe, é a eleição com maior participação e, corriqueiramente, a que mais envolve o eleitor, o cidadão,

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UM VOTO MAIS CONSCIENTE

Concluímos mais uma etapa do que poderíamos chamar de confirmação do processo democrático votando para Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Estas eleições foram marcadas pela discussão da Lei da Ficha Limpa, uma iniciativa popular que acabou aprovada pelo Congresso, que sofreu uma grande pressão em favor dessa aprovação. Ela é exatamente o que queríamos? Não. Mas representa um passo adiante e se há contestação sobre sua aplicação nesta eleição, não mais haverá este tipo de polêmica nas próximas. Do meu ponto de vista a Lei da Ficha Limpa acabou levando a um voto mais consciente. Sei que

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DANDO UM PASSO À FRENTE

Uma das coisas que, neste ano, tornou-se evidente no Brasil é que quando a sociedade quer, ela consegue. Veja-se o caso da Lei da Ficha Limpa. Retirar da política aqueles que, muitas vezes, se valem da função para se esconderem de problemas, evitando processos ou os adiando indefinidamente, era um desejo antigo de todos nós. Só que, se dependêssemos dos próprios políticos para dar um passo à  frente, isso não aconteceria. O que foi conseguido deveu-se, sem dúvida, à  movimentação da sociedade, com o projeto de iniciativa popular pressionando o Congresso a tomar uma ação. Pode-se dizer que não chegamos,

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PEDOFILIA E CAPITAL ELEITORAL

Desde o início que fique bem claro: acho a pedofilia uma das coisas mais condenáveis no ser humano. Sou daqueles que defendem não só a prisão dos pedófilos, como a sua execração pública. Acho que é uma forma de desestimular outros, que tenham esta tendência. Reconheço, no entanto, que sua existência tem uma longa história e que, em algumas épocas e circunstâncias, este tipo de comportamento – para mim abjeto – era não só permitido, mas louvado. Não é o caso dos tempos pós-modernos. Aprendemos, ao longo de centenas de anos, que a criança e sua inocência devem ser preservados.

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