Sou, como todos já devem ter notado, um observador do cotidiano. E tanto é assim que este blog tem uma categoria com este nome. Nela, estão os mais variados – e muitas vezes, tolos – assunto, mas a razão de aqui aparecerem é que me chamaram a atenção e, em razão disso, resolvi comentá-los. Uma das coisas que aprendi a observar é a moda, afinal, tenho uma filha que trabalha com modo e acaba me chamando a atenção para o assunto. Neste caso, afirme-se desde já, sou apenas e tão somente um curioso. Entender, mesmo, não entendo. Mas isso não me impede de observar, não é?
Ontem, enquanto aguardava um sinal – farol, semáforo – abrir, fiquei observando os passantes na calçada ao lado. Estava próximo de um ponto isso acabou fazendo com que algumas pessoas dessem uma pequena corrida com o objetivo de embarcar em um ônibus que estava chegando. Dentre os “apressados” estava uma jovem, acompanhada de uma criança. Primeiro, começou a se apressar, apertando o passo. Depois, achando que não conseguiria, começou a correr. E aí foi que aconteceu a cena que me deixou rindo sozinho.
O riso tem uma explicação: a jovem, bonita mas gordinha, usava uma dessas calças de cós muito baixo, daquelas que qualquer movimento acaba por mostrar a bunda de quem a usa. No caso dela, a corrida provocou a ameaça da calça descer, expondo-lhe, como diria um amigo meu, as partes pudendas. O que ela fez? Ao mesmo tempo em que corria, segurava a criança e puxava a calça, atrás, tentando mantê-la no local e evitando que as tais partes aparecessem. Pode não parecer, mas a cena foi hilária. Principalmente por, a certo ponto, a jovem desistir e voltar ao passo normal. Acho que pensou ser melhor perder o ônibus do que mostrar a bunda para quem estava no trânsito ou esperando outro coletivo.
A cena, se me fez rir, também provocou uma reflexão. Já abordei este assunto – Calça baixa, b. de fora – falando sobre o desconforto que o uso de peças e acessórios que a moda recomendam provocam para algumas pessoas. Como disse em Altas, baixas, magras e gordas, usando a experiência e os conselhos de quem, sendo profissional, cuida de fazer com que as pessoas estejam na moda, mas que se sintam à vontade, estar na moda acaba transformando-se em imposição. Então, mesmo que não se tenha corpo ou perfil para se usar uma determinada calça ou vestido, a mulher o usa assim mesmo. O que acontece então são repetições de cenas como a presenciada com a jovem.
Seguir a moda, não significa ficar desconfortável. Existem várias maneiras de estar na moda e não perder o conforto. O que precisa ser levado em conta, primeiro, é o próprio corpo. As roupas, em princípio, não foram feitas para mostrar defeitos, mas para escondê-los. E ao usar algo que não lhe é adequado, homens e mulheres acabam conseguindo o resultado contrário do que a moda propõe, que é tornar-nos mais vistosos, mais elegantes, mais apresentáveis. Não é o que acontece, pelo menos com a maioria, no caso das calças de cós baixos. E de várias outras peças que são usadas com o sentido de “estar na moda”.
Os homens, é verdade, são menos imunes à moda do que as mulheres. Isso, muitas vezes, significam que não dão importância às tendências e no final, acabam se vestindo mal. Mas, como no caso das mulheres, existem formas e fórmulas que nos podem tornar, a todos, elegantes e, ao mesmo tempo, nos deixar confortáveis. E se algumas peças acabam parecendo ridículas para elas, não é diferente em relação aos homens. No mesmo caso das calças baixas, também eles andam mostrando, se não a bunda, pelo menos a cueca, o que, no meu entender, não é nada elegante.
Pessoalmente, detesto roupa desconfortável. Não me sujeito a elas, de jeito nenhum. Talvez seja por isso que não entenda como as mulheres – e os homens – se submetem a roupas que, ao invés de torná-las mais bonitas, mais elegantes, fazem o inverso. Só para estar na moda? Será mesmo que vale a pena?
10 Respostas
Moda é um assunto complicado…. Como você, também sou adepto do maior conforto possÃvel, coisa que um jeans, camiseta e tênis oferecem. Ou uma camisa social para fora da calça, com as mangas enroladas… ou seja, um folgado total!!! rsrs
Mas cada um tem a sua visão de moda e alguns levam tão à sério que chegam a confundir as coisas, talvez o caso dessa jovem do seu post. O mais comum é vermos gente absolutamente sem noção, usando roupas completamente inadequadas ao seu tipo fÃsico.
São felizes ? Possivelmente. E, de uma certa maneira, estão na moda.
Um abração.
Lino, você tem razão, a moda é feita para mulheres altas e longelÃneas, e não favorizam a maioria dos tipos fÃsicos. Mas o problema é que, se quisermos comprar algo diferente não encontramos. Nas vitrinas das lojas so se vê os modelos que seguem a tendência e na cor da moda…ou não se compra nada ou se manda fazer sob medida, é um caso sério!
Abraços.
Lino, eu sou anti modinha. Não gosto de usar o que todo mundo usa! Isto é monótono, ditatorial e não estamos em um quartel. As pessoas deveriam respeitar seu tÃpo fÃsico. Uma pessoa gordinha sofre sérios riscos de ter um problema circulatório se usar roupas justas, além de ser desconfortável.
A indústria da moda quer vender. Por exemplo, essa calça de cintura baixa, tem que sair do estoque, porque na próxima estação, vai se usar calça de cintura alta, largas nos quadris e justas nas pernas. Já na outra estação, será usada calça justa no bumbum e larga nas pernas, numa espécie de pantalona ou mesmo saia calça. Já na outra, as calças serão sequinhas, retas. É brincadeira, né? E a mulherada pira investindo em algo que irá durar pouco; porque moda pode ser investimento, quando você compra as peças corretas.
Eu tenho uma vizinha que acha que está abafando – quando ela passa, todo mundo olha. Mas tadinha, dá dó da inocência!! 😀 Beijus
Eu também já presenciei cena semelhante. Cheguei a conclusão que a moda é usada por estas pessoas na imagem que elas tem de si mesmas.No fundo é até boa coisa.
Tenho vindo e comentado mas dá erro . Vamos ver se este sai.
tem muita razão em tudo, cacai! a mulherada tem mesmo que prestar mais atenção no “universo particular” que se tem do que no “em torno”. eu e a cris fazemos campanha no blog pra isso, né? moda tem que servir à auto-estima e não botar pra baixo! 😉
Lino, acho que a moda somos nós que fazemos. Gosto de vestir o que me faz sentir bem e não porque “tá na moda”.
E, claro, que temos que ligar o desconfiômetro e vestir o que fica bem de acordo com nosso corpo, altura e etc, né?
Bjo.
Fico imaginando a cena q hilária deve ter sido. Infelizmente as pessoas não tem consciência do que usam, cansei de ver pessoas obesas usando roupas coladas ao corpo q só evidencia ainda mais a gordura.
Big Beijos
Tem outro aspecto, essa questão.
Minha irmã foi comprar uma calça jeans. Simplesmente não encontrou uma com a cintura normal, absolutamente todas as lojas só vendiam calças jeans “saint tropez”, o cós baixÃssimo.
Mas é certo que a pessoa ainda pode deixar de comprar um tipo de roupa e comprar outra, mais adequada ao seu corpo.
É muito feio, e chega a ser ridÃculo. Aqui em Curitiba faz frio. Hoje por exemplo, está MUITO frio. Mesmo assim, vejo um monte de garotas de calça jeans e jaqueta, mas com o umbigo de fora!!! Ou ainda, os garotos palermas, que usam jaqueta pesadÃssima e…bermudas, isso em pleno dia de geada.
😀 Garotos palermas!! hahahaha desculpa, não resisti!!
Nao uso nada que ninguém use….Nao corro o risco de ir a uma festa e parecer um par de jarros.Acho loucura, esse negocio d emoda, apesar de trabalhar com cores, luzes e formas. Apesar de fotografar, eu mesma, nao uso moda. Mas, confesso que, só compro coisas da moda como a cessórios para fotografias.
Nunca me adaptei a usar jeans europeus. Meus jeans sao todos brasileiros. E roupas, só compro uma vez por ano. Mas, quando compro…kkkkkk
bjs e dias felzies