Há algum tempo venho querendo abordar este assunto, fazendo a ligação da mídia com a sensação de violência que temos e a violência real. Objeto de estudo de muita gente, a questão não é simples, mas merece ser discutida.
Hoje, em um mundo de comunicação quase que instantânea, a mídia exerce uma forte influência sobre o sentimento do cidadão, para o bem e para o mal. No caso da violência, ela reforça um medo, decorrente da violência real, maximizando-o e dizendo a todos: Olha como o mundo é violento. Você pode ser o próximo.
Os fatos são apresentados como se a única coisa que existe é a violência. Veja o caso do Iraque. A se crer na mídia, a única coisa que existe por lá são atentados à bomba. E sabemos que não é bem assim. É o mesmo em relação ao Rio de Janeiro, que é violento, mas a violência não envolve toda a população e nem toda a cidade.
O que a mídia faz é um generalização, pegando um fato particular e transformando-o em geral. Com isso, se houver três assassinatos trata-se de uma onda sem precedente de violência. É essa maximização, que se integra ao espetáculo oferecido diariamente ao cidadão, que gera a tensão e uma sensação de violência que é muito maior do que a real.
A violência, afirmam todos os especialistas é uma consequência. Se assim é, qual será a causa dela? Não há uma única, mas várias, indo da exclusão social, que deixa o indivíduo sem perspectivas, à insegurança – no emprego, no trânsito, nas relações pessoas, na política, etc. A própria globalização, que transformou, como previa McLuhan, o mundo em uma aldeia, reforça esta insegurança e, aqui, mais uma vez a mídia dá a sua contribuição.
Violência existe, sim. Mas ela sempre existiu. Só que o tratamento dado a ela era diferente, como diferentes eram os problemas que a acarretava. Como estes problemas não foram resolvidos, acabaram maximizados e desaguaram no que vemos hoje, principalmente nas grandes cidades brasileiras.
O fato é que, enquanto as causas da violência não forem tratadas e, pelo menos, remediadas, vamos conviver com esta sensação que deixa todos com medo e nos põe, cada diz mais, na defensiva.
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DE ONDE VOCÊ BLOGA?
O número de pessoas com acesso à Internet no Brasil vem crescendo. E também tem crescido o número dos que usam banda larga, com as casas tem uma significativa participação no total de usuários.
Mas você, de onde se conecta? De casa ou do trabalho? Vá à barra lateral e responda, pois este é o tema da pesquisa desta semana. E não esqueça de deixar um comentário, elencando as razões do uso da Internet.
24 Respostas
Lino, além da violência ter atingido nÃveis deveras assustadores, a mÃdia ajuda a nos neurotizar. Eu moro numa cidade pacata, com casos de violência em bolsões localizados, nada assustador. Lugar tranqüilo. Ontem à noite, por volta das 11 horas, com uma tremenda dor de cabeça fui em busca de uma farmácia. De repente me vi, emplenas ruas do centro, mudando de calçada quando via alguém se aproximando. Pura neurose. Preciso deixar de ler jornais.
Assunto complicado e delicado, né? A gente vê por aà tanta violência, de tantas formas, que dá vontade de não sair mais de casa, ainda assim, correndo de risco de sermos assaltados.
Mas tmbém não dá pra viver fazendo vista grossa.
A gente reza ao sair de casa e reza ao chegar.
Bjus.
Lino meu broder,
Eu escrevi algo que passa por isso, acho que a mÃdia dá muito valor a violência e atrapalha no seu controle.
No iraq tem além de carro bomba, um monte de iraquianos que odeiam uns aos outros, tem guerra étnica e sectária tb.
Abração broder
esse gerador de templates é uma mão na roda, hein?
Lino:
A mÃdia naturaliza o social. Fica parecendo que a violência é dos brutos (pobres ou ricos)…
Reclamo tanto da minha cidade, mas lembro da neurose que era visitar meu ex-namorado no RJ… Stress total, medo, angústia e olha que era como ele dizia, o RJ não é bem como pintam na tv… Complicado isso… Bêjón!
A violência sempre exisitu, Lino, a diferença é que hoje ela é mais divulgada e até mesmo priorizada. Os jornais do Rio piiiingam sangue, um horror.
beijos, querido e bom feriado
MM
CAda dia q passa me assusto mais com a violência.Big Beijos
É verdade, Lino. Sempre pensei isso: a mÃdia prioriza aquilo que gera maior audiência. Aqui em São Paulo tem uma rádio com programação 100% focada em auto ajuda e espiritualismo, a Rádio Mundial, transmitindo da Av. Paulista. Lá, eles tem um estranho noticioso denominado JORNAL DA BOA NOTÃCIA, onde o foco é o inverso da mÃdia contemporânea porque só transmitem as boas notÃcias, tipo o salário mÃnimo aumentou e coisas assim. Tenho um livro escrito e não publicado, desde 2005 aguardando uma oportunidade. Nele, escrevi um capÃtulo inteiro sobre a infelicidade que nos atinge e deprime em razão da mÃdia à qual estamos expostos e que cisam em apresentar um cenário de absoluta desgraça geradora da certeza do fim do mundo. (risos).
Bom, acho que o importante é termos bom senso e refletirmos e se o emaranhado de notÃcias te deprime, talvez seja melhor dar um tempo para respirar e depois de uma semana retornar a assisti-los.
Lá no bloguinho procuro fazer isso. Trato a desgraça como ponto de partida para a reflexão e não para que os leitores desanimem e, vez por outra, obrigo-os à pausa forçada (risos), enfiando-lhes goela a baixo uma mensagem que, no fundo, é de otimismo e valores internos.
Infelizmente não é bem este o caso do post de hoje (risos), que será publicado no final do dia. Mas fazer o que? Também não podemos esconder o sol com a peneira.
Adorei refletir com você sobre este tema que tanto me atrai.
Abraços.
Eu parei de assistir , na tv, noticiários, programas sensacionalistas, e jornal só leio pela internet e dou uma filtrada.
De onde eu blogo? de casa e do trabalho.
Um abraço.
Lino, eu creio que a mÃdia poderia ser útil na redução da violência, se não fizesse sensacionalismo.
Porém, acredito que a violência vem crescendo sim. E, se muita gente melhorou de vida nos últimos dez anos, como afirmam as autoridades, como explicar tal fato?
Eu creio que, no Brasil, entre as causas da violência e da criminalidade, não podemos nos esquecer da certeza da impunidade.
beijos
Amigo Lino,
Concordo tacitamente com você, a violência existe e assola, porém a mÃdia sempre tende a dar uma dimensão maior do que a realidade. Isso vai nos fragilizando, deixando a sensação de temor adentrar.
Mister é sabermos diferenciar as realidade dos fatos e o que a mÃdia propaga.
Excelente post ! Que muitos aqui passem para entenderem melhor a real situação.
Beijos,
Vejam as abordagens da Globo (principalmente, mas da mÃdia em geral) sobre os crimes:
– Mostram os familiares da vÃtima chorando;
– O enterro da vÃtima, com os amigos chorando.
– Entrevistam alguém ligado à vÃtima aos berros pedindo segurança.
É quase sempre a mesma fórmula batida que dá audiência. Nunca se discute, por exemplo, se a vÃtima era traficante ou não, com quem andava, quais eram suas amizades e o que andava fazendo da vida.
A vÃtima, é a vÃtima…e só. Passada a cena do choro, nunca mais se aborda o fato, não se procura informar se prenderam o assassino ou se ele foi julgado e quantos anos pegou.
Daà fica a sensação de impunidade, que tem dois efeitos:
a) Aumenta o terror da população;
b) Aumenta a confiança em delinquir.
O problema no Rio e no Brasil é sério, mas a mÃdia carrega nas tintas, é um fato!
Olá Lino, concordo com o seu texto no sentido que a mÃdia exagera, me lembro que há alguns anos atrás qdo eu morava em rib.preto foi divulgado que a cidade estava com uma epidemia de dengue, que minha mãe ligou desesperada pra saber se eu não queria ficar na casa dela em sampa…eu tranquilizei-a dizendo que não era bem assim. Finalmente postei e aguardo sua costumeira visita e comentário…bom fds
Lino, a mÃdia pega pesado sim. Fico espantado como um jornal caro como o Globo, por exemplo, à s vezes tem primeira página de jornal popular daqueles bem sangrentos!!!! E não são só eles não!
A violência está aà e tem muita gente ganhando muito com essa situação!
Um abraço e boa semana.
É por isso que cada dia que passa leio menos jornal ! Até os da tv tenho visto pouco , prefiro me informar pela internet que seleciono o que irei ver !
Você tinha razão , Vivi não está mais estranhando minha sogra , graças a Deus !
Minha sogra brinca dizendo que foi o batismo que fez bem !!! risos .
Beijinhos ,
Bel .
Lino, ano passado, no ápice dos ataques do PCC, o Marcelo resende fez uma reportagem logo dpeois alarmando a todos que o “bicho estava pegando”. A major da comunicação social da PM botou ele no devido lugar. Uma histeria provocada por pontos no Ibope.
Esta é uma mensagem única enviada a todos os amigos:
Obrigada pelo seu ombro amigo, quando no momento estou desacreditando na beleza da alma humana; e tenho motivos para tal, pois nos últimos dias têm sido difÃcil respirar, imagina acreditar.
Obrigada pela sua visita carinhosa, e estarei passando em sua casa tão logo melhorar.
BeijUivooooooooooosssssssssss
lino,
texto bem pensado!
o interesante é que a mesma mÃdia (televisiva,por exemplo) que mostra sequestro,bala perdida etc,mostra a novela sem nenhum problema social ( violência, desemprego etc).eu pergunto:como fica a cabeça desse telespectador diante dessa contradição?
bom feriado! sucesso! tertu
Realmente a midia faz as coisas aparecem maiores e piores do que são.
Eu tb fiz um post sobre gerador de templates. Da proxima vez eu uso ele hehehe
bjs
Não nos enganemos. Vivemos um momento de violência assustador. Por outro lado, a imprensa tem aproveitado bastante dessa situação e em alguns momentos até glamouriza esse fenômeno.
Lembrei do site Rio BodyCount e fiz um post com a mesma indagação…..Eu não confio na mÃdia, que ultimamente tem dado grandes provas da sua falta de isenção e credibilidade…
A mÃdia é uma via de duas mãos. Exagerada em muitos casos e carência na maioria das vezes. Essa rápidez de informação banalizou o que deveria ser realmente importante. Beijus
Lino, achei ótimo esse tema abordado, incrÃvel, pois é o meu tema da monografia…adorei e concordo plenamente.
Se tiver algum livro, algum site bom para me indicar agradeço.
Muito obrigada beijos