manhã, você olha as capas dos jornais e descobre que, entre as várias chamadas apresentadas, não há uma sequer que lhe desperte a atenção de leitura. Sai de casa e no caminho do trabalho, muda da CBN para uma outra emissora, com música. Chega ao trabalho, liga o computador e, nos e-mails, recebe uma série de informações que não abre, apagando sem ler.
Durante, esporadicamente, consulta os jornais on line e tal como aconteceu com os impressos, mais cedo, chega à conclusão que nada lhe interessa. Ao final do dia, voltando para casa, o rádio, de novo, toca música, não notícias. E, por fim, ao chegar em casa e ligar a TV evita, de propósito, os canais de notícias, como GloboNews e RecordNews. E nem sequer vê os noticiários da TV aberta.
Isto está acontecendo com você? Comigo está. Cheguei à conclusão, a partir dos sintomas acima expostos, que estou sofrendo uma intoxicação da informação. E acho que isso ocorre porque o volume dela – a informação – é enorme, o que gera sua irrelevância. E também por estarmos recebendo informações de coisas absolutamente irrelevantes, como alguém que deixou um bigodão sei lá aonde.
Na chamada sociedade da informação, onde saber é poder, a velocidade dos meios eletrônicos tornou a notícia, pelo menos na maneira como a consumíamos antes, obsoleta. Agora, sabemos tudo na hora. É verdade que aos poucos, em pílulas, mas a internet se encarrega de nos dizer que a mulher do presidente francês, antes de se casar, posou nua. Ou que Dona Marisa Letícia caiu da cama. Quem se importa, de verdade, com isso.
O pior, no meu entendimento, é que no meio disso tudo a informação séria e relevante passa desapercebida. Por exemplo, quem falou que o consistente aumento do petróleo tem mais a ver com especulação do que com o aumento do consumo? E que neste mesmo diapasão estão os aumento dos alimentos? É verdade que o consumo está crescendo, nos dois campos, mas só eles não justificariam os aumentos. Tem gente ganhando dinheiro com isso. E as custas dos mais pobres. Mas quem se importa?
Se olharmos jornais, rádios, TVs, internet e revistas vamos ver que a informação passou a ser tratada como entretenimento. Ela é dada não para formar ou informar, mas para divertir. E a partir dessa nova roupagem, perde a consistência, a permanência e transforma-se, como já disse, em irrelevante.
Por isso, essa sensação de intoxicação. E a postura de não mais querer ver a informação. Afinal, como disse Ricardo Noblat, falando sobre uma pesquisa com internautas, se for importante eu vou saber.
Já que o assunto é informação, nada melhor do que escolher frases relacionadas ao assunto. Elas existem em grande quantidade, mas como a proposta, aqui, é relacionar duas delas, escolhi as seguintes:
“A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas a informação nas mãos de muitos”. John Naisbitt, Prêmio Nobel de Economia
“A era da informação oferece muito à humanidade, e eu gostaria de pensar que nós nos elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação – no sentido de dados brutos – não é conhecimento, que conhecimento não é sabedoria, e que sabedoria não é presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso”. Arthur C. Clarke, Escritor.
Achei a frase do Clarke muito boa, pois ela, de certa forma, confirma o que disse acima, que precisamos usar a informação como meio, não como fim.
E você, o que acha? E que todos tenhamos um ótimo final de semana.
24 Respostas
Lino.
O imediatismo e tds os “ismos” q estão imbuidos no nosso dia-a-dia tornou-se corriqueiro. Não sei estamos sofrendo de uma “overdose” de informações, ms sei q muitas delas tornaram-se comuns e simplesmente a cd dia lemos um replay de fatos e noticias.
Beijos Poéticos.
;***
O que mais me incomoda não é o excesso de informação, mas a informação inútil (de que me adianta uma manchete que diz que um jornal publicou duas fotos comparando Ronaldo a uma mulher grávida?) e a informação mal checada, dada apenas para fazer manchete.
Esse tipo de informação torna o processo de formar opinião cansativo, porque não há, como antigamente, um juÃzo rápido de veracidade.
O termo bem se aplica, “intoxicação da informação”.
Eu evito as notÃcias porque só tem coisa negativa. Parece que o mundo não tem nada de bom.Nunca houve tanto programa sobre crimes como agora.Parece que pinçam as desgraças pelo mundo para noticiar.Gente que só fala mal de tudo.Até nos blogues só tem texto pra baixo.Os comenta´rios estão cheios de dor.O câncer nasce disso.E se Freud tem razão a libido desse povo está a zero tanto é que inventaram uma notÃcia que o brasileiro é o que mais está satisfeito com a sua sexualidade.Eu duvido!
Lino, me atualizo em relação à s notÃcias o máximo que posso. Mas, devo confessar, que não gosto muito de aprofundar em algumas, mesmo porque esse nosso mundo anda cruel demais, né?
E, quanto às frases, o ganhador do Prêmio Nobel de Economia disse tudo, afinal de contas, informação é o melhor caminho pra se educar uma nação!
Bjão e ótimo findi.
A pÃor informação é a que o Governo de São Paulo está querendo de cada um dos que moram ou visitam este estado. É a informação econômica/financeira, captada subrepticiamente através do Programa “Nota Fiscal Paulista”.
Por um valor abaixo de qualquer comentário, o povo está entregando sua vida financeira e poderá ser imensdamente prejudicado por esse descuido.
Para mim depende, alguns dias estou ávida por notÃcias, assisto jornais, leio todos blogs, etc. Em outros só quero saber de esquecer que existe mundo real.
Oi Lino!
Eu concordo com o Noblat: se for importante eu vou saber. Eu ando fazendo o mesmo que você, quero mais é “desanuviar” !
beijos e bom fim de semana.
Isso sem contar com os alertas que o Google me dá sobre diversos assuntos… tem razão, Lino, é muita informação.
Um abração e bom fim de semana.
Graças,Senhor,que não sou um ser estranho no universo ou,se sou,tenho companheiros.Como diria minha finada avó,falou pouco mas disse bem.
Olá, lino.
Concordo com voc~e. Temos uma enorme saturação de informação e demasiada informação é o mesmo que nenhuma informação.
Outra coisa: a Thaiana Sarti, do jornal Tribuna de Vitória me achou na Internet e me entrevistou sobre meus posts envolvendo origens para expressões que usamos mão se sabia de onde vinham. A matéria sai neste domingo no Tribuna. Como você é daÃ, imaginei que talvez se interessasse. Um bom final de semana pra voc~e. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Muita informação deixa a gente meio perdido.
Big Beijos
OI Lino, comigo está acontecendo isso também!!Prefiro nem ligar nada de rádio, TV, porque mesmo os programas, novelas, só transmitem coisas ruins…noticiário nem se fala!! Só ficamos deprimidos com o que vimos ou ouvimos.Só notÃcias ruins!!É melhor, ligar o som e ouvir uma BOA música e pensar em coisas alegres para vivermos um pouco melhor, não é mesmo?Lino, tenha um ótimo final de semana!!Fica com Deus!!Um abração!!
O excesso de informação mata a informação. E o mais chato é que ouvimos versões contraditórias de um mesmo fato e não sabemos em quem acreditar. Acho que como você estou ficando meio anestesiada e perdendo o interesse pelos noticiários.
Abraços e bom fim de semana.
Ainda não passo por isso porque não vejo notÃcias todos os dias, senão satura. Realmente há um excesso. São tantas informações que acabamos não assimilando as que são importantes. Abraços.
Ola amo vir aqui sabia
Amo seus textos e as frases também
Infelizmente a rede de comunicação não mostra o que tem que mostrar mas o que a maioria quer ver e isso da uma revolta…
N some moço
bjim bem carinhoso fica com DEUS
ótima semana
Isso tem acontecido comigo tmb…eu acabo me interessando por uma notÃcia quando algum amigo me chama atenção pra ela…
Boa semana.
Também concordo com a frase de Arthur C.Clarke, pois o excesso de informação que nos afoga diuturnamente acaba não gerando conhecimento, pelo menos conhecimento consistente, com bases sólidas. É tamanho o excesso, que somos todos “conhecedores superficiais” seja lá do que for. E também ando sofrendo dessa intoxicação, preferindo passar ao largo dos chamados “meios de comunicação, como jornais, revistas e tv. A internet me supre, superficialmente e eu vou levando.
Lino,
meu jovem… ia eu responder aos meus comentários, quando decidi dar uma navegada antes… e o que encontro aqui? O primeiro texto realmente construtivo das últimas 48hs… Estou lendo um desses romances água com áçucar e os blogueiros em sua maioria escrevem sobre seus sentimentos ou criam literatura pura… este texto trouxe à baila um texto realmente construtivo… Meu jovem é aquela tÃpica história… você abre o jornal e só toma conhecimento de batedor de carteira, desfalque de faculdade, os mendigos que aumentam mais e mais… Eu sei que isso é um problema social, mas a mÃdia transformou como você diz isso em entretenimento, e porque um maldito jornal local tem que passar a mesma notÃcia duas vezes? A nÃvel nacional também… O Jornal Hoje passa matérias que vão ao ar no Jornal Nacional e no Jornal da Noite… que repeteco é esse? Se é pra saber de có, porque se chama jornal e não reprise? Além do mais, a mÃdia desgasta demais, porque passa as informações de forma tendenciosa… Meu lema atual é: 70% das notÃcias são distorcidas, 20% é mentira e 10% é propaganda.
Mas nem por isso podemos desistir da informação, porque sem ela, nos tornamos completos ignorantes… Sem saber do que acontece, como exigir um reparo para o que está errado?
Talvez seja a vez da sociedade começar a pressionar a mÃdia por imparcialidade e franqueza nas notÃcias.
Beijos (Des)conexos!;)
*Muito bem colocado seu post, viu?
Lino,
meu jovem… ia eu responder aos meus comentários, quando decidi dar uma navegada antes… e o que encontro aqui? O primeiro texto realmente construtivo das últimas 48hs… Estou lendo um desses romances água com áçucar e os blogueiros em sua maioria escrevem sobre seus sentimentos ou criam literatura pura… este texto trouxe à baila um assunto realmente importante e que é ignorado pela maioria das pessoas… Meu jovem é aquela tÃpica história… você abre o jornal e só toma conhecimento de batedor de carteira, desfalque de faculdade, os mendigos que aumentam mais e mais… Eu sei que isso é um problema social, mas a mÃdia transformou como você diz isso em entretenimento, e porque um maldito jornal local tem que passar a mesma notÃcia duas vezes? A nÃvel nacional também… O Jornal Hoje passa matérias que vão ao ar no Jornal Nacional e no Jornal da Noite… que repeteco é esse? Se é pra saber de có, porque se chama jornal e não reprise? Além do mais, a mÃdia desgasta demais, porque passa as informações de forma tendenciosa… Meu lema atual é: 70% das notÃcias são distorcidas, 20% é mentira e 10% é propaganda.
Mas nem por isso podemos desistir da informação, porque sem ela, nos tornamos completos ignorantes… Sem saber do que acontece, como exigir um reparo para o que está errado?
Talvez seja a vez da sociedade começar a pressionar a mÃdia por imparcialidade e franqueza nas notÃcias.
Beijos (Des)conexos!;)
*Muito bem colocado seu post, viu?
É, também esta acontecendo comigo!
Estou farta da banalização de assuntos tão importates, e a ostentação de coisas desnecessárias!
Belo texto, você escreve com clareza, e acima de tudo com conteúdo!
Oie Lino
Muitas vezes sinto isto que descreveu, como intoxicação, o que nos causa também estress ansioso, de querer mudar, e se sentir atado…todos os dias somos finalizados pela noticia, isto sim…mas no caso do que acabo de me informar por seu blog, será degerido muito bem por meu organico espirito Aquariano, e avido por conhecimento…por isto voltarei sempre. Adorei seu Blog Parabens, Lino Resende!
Tem razão,LINO. Por incrivel que pareça ,tenho chegado no meu limite. Há um avalanche de noticias,muitas irrelevantes,que acabam nos fazendo ficar entupidos de tanto lixo.
Tem momentos que prefiro não saber de nada mesmo.
Abraços!
Ah, Lino, essa quantidade de informação é salutar. O
O que precisamos aprender é saber filtrar essas informações.