Se olharmos a história veremos que, a partir da década de 60 do século XX, os costumes sofreram uma verdadeira revolução. E uma das mudanças mais marcantes foi em relação ao sexo. Se antes era reprimido – ou pelo menos nunca admitido – passou, a partir de então, ser encarado como uma coisa normal. Era a geração paz e amor – com o amor, talvez, sendo a parte predominante.
A partir desta mudança, as mulheres, sobretudo, ganharam muito mais liberdade. E esta liberdade foi ampliada com os movimentos feministas. As mulheres conquistaram mais e mais direitos, inclusive a liberdade de relacionamento sexual, que não mais precisaria esperar o casamento. No Ocidente, o sexo deixou de ser um tabu, tornando-se algo normal no relacionamento de duas pessoas.
A partir do final do século XX começamos a viver um contra-movimento conservador, liderado, principalmente, pelos cristãos fundamentalistas no Ocidente. Católicos e evangélicos começaram – ou reforçaram – a pregação contra a castidade até o casamento. E conseguiram a adesão de milhões de pessoas. Ao lado delas, no entanto, coexistem as que acham que o sexo não necessita de compromissos sérios.
Como a sociedade é dinâmica, as coisas mudam. E o padrão cultural acaba sendo uma determinante. É o que está acontecendo atualmente na Europa, principalmente com jovens descendentes de famílias muçulmanas – colônias europeias – que emigraram de seus países natais. Nelas, a questão da virgindade das mulheres é muito importante, exigida, mesmo, nos casamentos.
Mesmo vivendo em um mundo onde a liberdade é muito maior, as jovens acabam sendo premidas a tomar posições em consonância com a crença do seu grupo. E é isso que tem levado, como registro o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, jovens de famílias muçulmanas às salas de operação e às mãos dos cirurgiões plásticos para uma operação que dura 30 minutos e que as deixa virgens, de novo.
Com o hímem restaurado, ficam prontas para os casamentos sem causar problemas às suas famílias, que seriam envergonhadas no caso de constatado que já tinham experiência sexual. Parece hipocrisia. E pode até ser, mas respeita-se, assim, um determinante cultural. E neste caso, a cultura diz que, para as mulheres muçulmanas a liberdade sexual não é uma opção.
9 Respostas
Impressionante o ponto em que chegamos. A questão de manter-se casto deveria passar, necessariamente, pelo crivo individual e não pelo coletivo, eis que é, antes de tudo, uma opção pessoal. As sociedades marcadas por uma radicalismo cultural, a exemplo da citada, acabam ocasionando essa hipocrisia, vez que o objetivo de manter-se a mulher virgem seria justamente a certeza de jamais ter tido experiência sexual com outro alguém. A demanda pela correção plástica demonstra claramente a opressão cultural e o quanto as pessoas ainda se escoram em esteriótipos ultrapassados. No entanto, cabe aqui, também, a reflexão sobre a manutenção ou não da virgindade (feminina e – por que não? – a masculina). O que tenho visto na militância jurÃdica é o completo despreparo das pessoas para a primeira relação sexual que, via de regra, origina-se na curiosidade e ausência de valores mais arraigados. O “ficar” converte-se em “sexo” com um outro ser até então desconhecido. Vez por outra, surge a gravidez inoportuna e as responsabilidades que dela advém. É um caso sério. Sem defender a castidade, pois isso não é relevante, penso que os pais deveriam, pelo menos, orientarem seus filhos para que tenham uma primeira relação sexual quando estiverem certos do que sentem pela outra pessoa, combatendo a banalização do sexo. Para mim, esta banalização gera muitos dos atuais conflitos que afetam os casais.
Por favor, visite o meu blog. Há uma razão especial para isso. Obrigado.
Sinceramente, ser ou não virgem não faz o ser humano melhor ou pior, existe algumas culturas, no caso c a q foi dita no texto q ainda conservam tal prática, ms nos dias atuais não é apenas a banalização do sexo q nos impõe essa prática, mas o fato é q o sexo é algo q está imbuido no próprio ser humano, agora cabe a cd um saber em q momento praticá-lo pra q desta relação naum venha uma consequência q pode fazer uma revolução não apenas na vida, mas num futuro incerto e duvidoso.É isso.
Beijos Poéticos.
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Pois é, Lino, nem todos se libertaram ainda de certos costumes medievais.
Lino, concordo com o que já foi dito nas mensagens anteriores. Virgindade deve ser vista como uma questão individual e não coletiva. Cada um deve saber o que é bom para si e qual será sua “primeira vez”. Mas, acho importantÃssima a orientação dos pais para que o sexo, que é inerente ao ser humano, não caia na banalização. É o sexo banalizado e inculto que leva à gravidez indesejada, ao aborto irresponsável, à aids. Conheço caso em que a menina teve o primeiro filho aos 11 anos, o segundo aos doze anos e o primeiro aborto aos treze. A mãe dela, porque não sabia que podia controlar, tinha tido mais de VINTE concepções, das quais apenas uns seis filhos estavam vivos. Isso é qualquer outra coisa, menos sexo prazeiroso! Abração.
É mesmo difÃcil de compreender, mas é preciso respeitar…
Lino, houve uma grande polêmica aqui há algumas semanas, pois um casamento foi anulado porque o marido descobriu que a esposa havia mentido sobre a virgindade. Parece que subsiste no código francês uma lei neste sentido datando de séculos que foi evocada para conceder a anulação. Se a moda pega…
Abraços.
Que coisa hein. A mulher ter de operar pra poder se casar. E a bÃblia foi escrita por esse povo, o que dá a pensar.
Restauração de hÃmen, a que ponto chegamos. Mas a mulher alcançou muito em pouco tempo, mas é pouco. O mundo ainda vai ser dominado por elas… Tomara!!!