O machismo, dizem os especialistas, é uma das características do homem latino, de um modo geral, e do brasileiro em particular. Esta postura se reflete em vários momentos, começando pela ideia de relacionamento sexual, vendo as mulheres apenas como objeto de prazer e não parceiras nele. O comportamento é evidente e, por mais que queiramos racionalmente nos afastar dele, nós, homens, acabamos, em um ou outro momento, assumindo o papel de “macho”, sem contestação. Esta é uma questão que tem estado presente neste blog, desde o lado engraçado, até em pesquisas sérias, que focam no comportamento humano e olham o lado masculino. E foi uma pesquisa que me fez voltar ao assuntos.
Neste final de semana a mídia capixaba publicou dados de pesquisa feita por associação de médicos com foco no comportamento do homem e no que mais o preocupa, dentre todos os assuntos. A ideia que temos é que todos estão preocupados com a saúde, com a segurança, temendo pela economia do Brasil e execrando os vários Governos. E foi por isso que me surpreendi com o resultado, pois o item de maior preocupação masculina é a impotência. Mais de um quarto dos consultados, tem este medo, que é maior do que, por exemplo, ter câncer, um tipo de doença que ainda é meio tabu entre nós, brasileiros. De cada 100 homens consultados, 28 disseram que seu maior temor é ficar broxa, como é popularmente conhecida a impotência.
Falei no câncer, mas no rol das preocupações, ele ocupa pouco espaço, pois o segundo posto, com 25% de índice, é o medo de ser traído pela mulher. Somem os dois itens e teremos um dado interessante: 53% de todos os homens tem no sexo a sua maior preocupação, temendo perder a virilidade e, mesmo no caso de tê-la, ser traído pela mulher. O medo da traição se iguala ao de perder o emprego, mas está acima, por exemplo, de ser assaltado, preocupação de apenas 18%. A pesquisa mostra os números, mas não os discute, nem traz evidências do que determinada este tipo de comportamento, nem discute as causas que o podem provocar. Pelo que li, a ideia era apenas avaliar a importância que os brasileiros dão a estes quesitos.
Outro fato surpreendente é que, apesar de tudo o que se tem feito para combater a obesidade, os entrevistas praticamente não demonstraram preocupação com ela e consideram que ter uma enorme barriga não é nenhum problema. Também não se preocupam com diabetes e o índice de açúcar no sangue e, tampouco, com o seu lado cardíaco. A saúde, de um modo geral, está em absoluto segundo plano, pois nenhum dos itens colocados teve índices maiores do que dois ou três por cento. A necessidade de se exercitar, então, nem apareceu no rol das preocupações. Aparentemente, o brasileiro pensa que, sendo capaz de ter uma ereção, o resto se resolve, principalmente se não for traído pela mulher.
Será que também sou assim? Acho que não, mas como todo mundo tenho de confessar que, em determinados momentos, os traços do machismo aparecem. De outro lado, há um bom tempo venho me preocupando com a saúde, me exercitando, procurando alimentos saudáveis, evitando alimentos que não o são e procurando viver uma vida mais simples. Se fizermos uma reflexão, o sexo – como já afirmei várias vezes no blog – faz parte da vida, mas não é ela inteira. Existem várias outras coisas importantes e temos de cuidar dela, pois o corpo precisa de todas suas partes funcionando bem, inclusive para que possamos ter uma boa vida sexual.
Uma resposta
Em 2010 quando diagnosticado com diabete a médica me disse estas palavras:
– Você tem que que cuidar de sua saúde. Nos homens, é muito comum ficarem cegos e principalmente ficarem impotentes.
É isto: O resumo é isto mesmo. Macho que é macho, prefere ficar cego, a ficar impotente.
Cultura de macho alfa e hetero?