Nesta semana e durante algum tempo da semana passada a conexão de internet que uso começou a ficar intermitente. Uma hora, funcionava normalmente. De repente, caia e eu ficava sem sinal. Não foi, em nenhuma das vezes, o caso de cair e ficar longo tempo sem funcionar. Era como se desligasse e, de repente, voltasse ao normal. O pior de tudo é que, às vezes, ela caia no meio de uma conexão de trabalho, interrompendo o que estava fazendo e me obrigando a ficar de braços cruzados. Recorri ao provedor e, depois de vários testes online, me disse que o sinal estava fluindo, programando a visita de um técnico para dar uma olhada no equipamento que ela, a provedora, me fornece.
O que me ocorreu, nestes intervalos, é como a gente fica dependente das novas tecnologias. E elas nos ajudam no trabalho e na diversão, como é o caso da Internet, algo tão recente e, hoje, essencial. Sou do tempo analógico, quando não se sonhava com nada online. Embora na maior parte da minha vida tenha me vinculado a trabalhos que podem ser chamados de intelectuais, vivi um bom tempo no lado analógico da vida. Graças a um filho interessado em tecnologia, comecei a conviver com os computadores e lembro-me que o primeiro que adquiri tinha estonteantes 20 mb de espaço para armazenamento. O mais incrível é que tinha uma animação que simulava fogos de artifício, tocando música. Em casa, todos se divertiam com isso e meus filhos faziam questão de mostrar aos amigos. Afinal, computadores eram raros e praticamente ninguém achava que fossem efetivamente necessários, a não ser no trabalho, onde também eram rudimentares.
Aos poucos, o que fomos vendo é a tomada de campo pela tecnologia. Os computadores passaram a fazer parte do dia a dia no trabalho e em casa. No primeiro, facilitava o cumprimento de nossas tarefas. Em casa, forneciam diversão para adultos, crianças e adolescentes. Aos poucos, elo foi ocupando espaço cada vez maior, se interligaram em rede, chegaram às conexões rudimentares com os BBS – os “pais” da internet atual – e se expandem chegando ao atual estágio, com praticamente tudo o que fazemos podendo ser colocado nas nuvens. E o avanço foi ainda maior, no caso da tecnologia, com a chegada dos smartphones e tabletes, que deram outra dimensão ao que chamamos de online. O fato é que vivemos em um mundo conectado e por estarmos todos nele inseridos, em maior ou em menor proporção, estamos todos ligados.
Aos poucos e à medida que mais dependíamos dos aparelhos tecnológicos para o trabalho e diversão fomos ficando mais dependentes da tecnologia, da que vemos e da invisível, que está por trás dos dispositivos que todos usamos. Uma delas, sem dúvida, é a internet, coisa tão natural que não nos damos conta da dependência que temos dela. No trabalho, ela nos conecta, nos fornece ferramentas como emails, conferências online e muito mais. Em casa, nos ajuda na diversão, acompanhando a mídia online, vendo o que amigos fazem, vendo filmes, jogando, ouvindo música, etc. Agora mesmo, este texto não seria possível sem a internet, pois está sendo escrito online, em um aplicativo de gerenciamento de conteúdo.
E não é só. Se na minha frente está um computador com tela grande, ligado à rede, do meu lado está o celular, também ligado. Descansando, um tablete e, fora de vista, um notebook, usado para tarefas externas. Não é que precisamos de uma conexão online com a internet para usá-los, pois podem funcionar, e bem, offline – o telefone tem sua própria rede de conexão. Mas sem dúvida, funcionam muito melhor quando estão conectados. E é natural que pensemos neles assim, o que só constata que a tecnologia nos trouxe mais uma dependência.
A questão é: Conseguimos viver e trabalhar sem internet? É claro que sim. Mas ela é, não tenho dúvida, uma ótima ferramenta. E quando falha – como no meu caso – faz uma enorme falta.
Uma resposta
Lino, é verdade. Nós estamos muito dependentes da tecnologia. Eu tenho me forçado a usar cadernos, cadernetas e trabalhar mais off-line. Ler livros físicos e usar agendas de papel. Enfim, desconectar um pouco, para quando acontecerem esses momentos de blecaute, continuar trabalhando normalmente.
abraço, garoto