De início e antes de tomada de uma posição, uma informação: Não vejo o BBB, mas como todas as pessoas estou sujeito a deparar-me com ele no noticiário do rádio, quando dirijo, ou no dos jornais e TV, quando os leio ou vejo. Mesmo não vendo, acabou tomando conhecimento de algumas das coisas que acontecem na “casa” e que a mídia – começando pela própria Rede Globo – dá a maior repercussão, inclusive para mostrar detalhes como o do estupro sofrido por uma das participantes.
Esclarecidas as coisas, vamos ao que interessa. Se alguém se der ao luxo de pesquisar acabará descobrindo uma fala de Andy Wahrol sobre fama por 15 segundos. É natural que uma pessoa queira aparecer, tornar-se integrante dos quadros de uma TV, destacar-se e, com isso, melhorar seu padrão de vida ou, simplesmente, preencher o seu sonho. Não questiono o direito das pessoas de fazerem o que fazem, mas em se tratando de BBB, vejo todos eles como um bando de insensatos.
Ali, os humanos – como os animais no zoológico – estão em exposição. Ela pode se dar de uma ou de outra forma, com comportamentos os mais variados, mas parece – pelo menos no que tenho lido – que uma das ações padrões do BBB nas últimas realizações é o sexo embaixo das cobertas. Nada contra ele, se é consentido. Mas coloco objeções às pessoas tornando público comportamentos que a grande maioria da população quer manter em privado. O sexo é uma coisa natural, mas dá a transformar-se em objeto de exposição na TV vai um caminho muito longo.
O BBB, no meu entendimento, mostra tudo o que nós, humanos, somos capazes de fazer contra nós mesmos. E a grande maioria dos que participam acabam voltando ao anonimato e à s suas vidas anteriores que, se não tinham perspectiva, continuam a ser iguais. Qual o resultado de tudo isso? Mostrar o seu pior aos brasileiros que assistem ao comportamento degradante dos participantes? Não considero isso divertimento e posso dizer que nunca – nunca mesmo – vi o BBB. Mas sei dele pelo que leio e, em todas as edições, repetem-se os mesmos comportamentos.
Racionais que somos, às vezes somos totalmente insensatos, como mostra o estupro de uma participante do BBB. Aliás, ela própria teve um comportamento lamentável, embebedando-se até apagar. Para a grande maioria das pessoas isso não é comum. Beber – apesar dos males do álcool – tornou-se um hábito social, mas ficar bêbado de apagar, não. O pior de tudo é que, em um momento desses, alguém se aproveite para fazer sexo com outra pessoa, aproveitando o seu entorpecimento. Como disse a Denise Arcoverde, sexo sem consentimento é estupro. E como alguém que estava quase em coma alcoólica pode consentir?
Acho o BBB destestável e vejo, nele, como já afirmado um bando de insensatos. É o tópico comportamento do zoo, quando o macaco dá cambalhotas para ganhar uma banana ou há exibição de outros animais. No caso do programa quem está em exposição é as pessoas e, nela, acabam manifestando o que há de pior em nós humanos. A degradação humana, no meu entender, nunca deveria ser objeto de exibição.