Interessante o que as pessoas fazem para comemorar seus aniversários, principalmente se, para eles, é uma data marcante, como chegar aos 40. E é ainda mais impressionante como as pessoas se portam nestas comemorações, abandonando a persona do dia a dia e se revelando uma outra, capaz de comportamentos que, se tomados em outras oportunidades, os deixariam vexados, envergonhados mesmo. Juntam-se, nestes momentos, dois componentes: música e bebida, principalmente esta, quase sempre distribuída a rodo em tais comemorações.
Como todos sabem – e temos, no blog, uma categoria sobre o assunto – sou um observador do cotidiano, trazendo, aqui, algumas das observações feitas nas ruas, em restaurantes e destacando alguns comportamentos específicos. O que talvez não saibam e que, hoje, praticamente não bebo álcool. Se vou a uma festa, acabo tomando uma taça de vinho ou um copo de cerveja. E é só. Prefiro, por uma opção feita há algum tempo, ficar na água, na certeza de que ficarei hidratado e, ao mesmo tempo, não estarei submetido às consequências da bebida.
O resultado da opção feita é que, em alguns casos, e após algum tempo, sou um dos poucos sóbrios no meio de muitos e muitos que estão em um estado que poderíamos chamar de “alterado”, bem diferente do comportamento normal que tem. E é nesta hora que as coisas desandam, com o que um amigo afirma que é “soltar a franga”. Não tenho nada contra a manifestação de alegria, de se dançar, cantar, divertir-se. Acho que é natural em um ambiente descontraído que as pessoas adotem comportamentos um pouco diferentes, mas o que e estranho e que adotem ações que são completamente contrárias à personalidade do dia a dia.
O que acontece? Gente de meia idade comporta-se como se fosse um garoto. Os beijos passam a ser do tipo de “desentupir pia”, a alegria e mostrada nos rebolados, na colimação da parceira ou do parceiro, a provocação sexual assume a ponta e, em alguns momentos, ultrapassa-se a linha. Neste momento, os sentidos estão embotados, os controles perdidos e, como humanos, somos capazes de fazer qualquer coisa. E depois, nos arrependermos do que fizemos. De formais, contidas as pessoas se transmudam, modificando-se completamente e, com isso, fazendo o que, normalmente, não fariam.
Para um observador e analista, tais comportamentos podem até ser interessantes. Para quem participa de uma comemoração e se mantém sóbrio, a hora é de retirada. Afinal – e tiro isso pelo que sinto – não gostamos de ver nossos amigos expostos. Como sabemos que isso, de forma quase inevitável, irá acontecer, e melhor não participar. Pelo menos é o que penso. E você, o que acha?