São Paulo, há muitos anos, tornou-se a mais importante cidade do Brasil, transformando-se em um motor econômico e concentrando, ao mesmo tempo, um vasto poderio político. Isso todos sabem. E sabem também a sua história, desde a chegada dos jesuítas até sua transformação em megalópole, uma das maiores cidades do mundo. O que muitos talvez não saibam é que Santos, hoje mais conhecida por ser um balneário dos mais movimentados, já foi mais importante que a capital e que, antes da institucionalização de São Paulo como capital do Estado, uma das cidades cogitadas para isso foi exatamente Santos.
Foi um pouco da história de Santos que conheci há alguns dias, tomando conhecimento da sua importância para a economia de São Paulo, fundada no café, e sabendo um pouco dos tempos em que a riqueza era o seu marco, graças ao porto ali instalado por concessão do Imperador. O centro histórico de Santos, com os velhos casarões, ainda está lá. Uma boa parte do que ele foi, no entanto, não mais existe e serve muito bem para mostrar isso as pinturas de Benedito Calixto, que retrata vários momentos da cidade. Mas ainda é possível ver alguns prédios imponentes, marco de uma época quando o café era chamado de ouro negro.
Construída em local onde, antes, era um mangue, Santos necessita dos longos canais projetados por Saturnino de Brito para ser implantada e se desenvolver. Estes canais são, hoje, marcos e referência da cidade, desembocando no mar. Aliás, é próximo da praia, no Gonzaga, que está um dos mais belos calçadões, com o que os santistas consideram com orgulho o maior jardim de praia, objeto de registro no Guiness, o livro dos recordes. É à beira da Praia, também, que fica a casa que reflete o esplendor da cidade. Uma mansão no centro de um imenso terreno, voltada para o mar e que, hoje, abriga a Pinacoteca com as obras de Benedito Calixto. Na casa, dentre outras coisas, o destaque para os vitrais, incluindo os da varanda. É um local que merece ser visto, pela própria arquitetura e pelo que contém em pinturas que ajudam a contar um pouco da história da cidade.
Voltemos, no entanto, ao centro histórico. Nele, fica o Museu do Café, prédio que abrigou a Bolsa de Café de Santos. Restaurado, ele ajuda a mostrar a imponência e a riqueza que este produto proporcionou à cidade, ao Estado de São Paulo e ao Brasil. Um dos detalhes são os móveis da Bolsa, onde se sentavam os corretores que vendiam e compravam o café, iluminados por uma cúpula com imenso vitral retratando as riquezas do Brasil. No centro histórico fica, também, o belo prédio da Associação Comercial com um detalhe marcante: uma caravela que parece estar dele saindo, como se estivesse navegando.
O dia não seria completo sem um passeio pelo bondinho que circula pelo mesmo centro histórico, mostrando prédios e monumentos que fazem parte da história da cidade, como a de Bartolomeu Gusmão, o inventor do balão de ar quente, ou os construtores do que foi e é o maior porto do Brasil. Como Santos fica próximo de São Paulo e o acesso a ele é fácil – pelo menos fora de finais de semana e feriadões – um dia é suficiente para se ver sua história e os pontos mais importantes que a contam, terminando no Monte Serrat, um morro que domina a cidade o oferece uma vista de 360 graus dela e uma ótima oportunidade para belas fotos.
Eu fui. Gostei. Acho que vale a pena e recomendo.
4 Respostas
Oi Lino.
Fui a Santos cerca de um mês atrás e me diverti bastante: andei de bonde, fui no Museu do café, subi até o Monte Serrat …
Foi um dia muito gostoso.
Pena que muitos prédios do centro histórico estejam tão abandonados.
Bjs.
Elvira
Estudei em Santos e tive a oportunidade de fazer longos passeios entre seus bens culturais. A História conta que se não fosse os barões do café, não existiria desenvolvimento; eles criaram o porto e as ferrovias que ligavam o interior ao porto. Pena que as ferrovias não permaneceram, preferiram destruir o que já estava pronto. Beijus,
Olha só fui a Santos quando pequena. Vivo em SP e amo minha cidade.
Te convido para o aniversário de 7 anos do meu blog. Big Beijos
Existem lugares no brasil que nem sonhamos e que estão bem perto de nós.