Durante séculos a mulher teve um papel secundário na sociedade ocidental. A ela cabia cuidar da casa, criar filhos, não tendo uma atividade fora. Aos poucos, este panorama foi mudando e as mulheres conquistaram direitos, começando pela escolha de com quem queriam casar, passando pelo voto e, por fim, chegando à disputa dos empregos de igual para igual com os homens. Prova disso é que elas tem participação em todas as profissões e em alguma delas já se tornaram maioria.
A questão do espaço feminino sempre vem à baila nos meses de março, quando se comemora, no dia 08, o Dia Internacional da Mulher. Aproveita-se para dar um panorama do desenvolvimento feminino e chamar a atenção para alguns números ou distorções. à‰ o caso, por exemplo, dos salários. Os delas, mesmo que tenham a mesma qualificação masculina, são menores. E também para o fato de terem, quase sempre, uma sobrejornada, em casa.
O avanço das mulheres pode ser confirmada por uma pesquisa feita pelo Datafolha em parceria com o Data Popular e divulgada pelo jornalista Gilberto Dimenstein em seu comentário na rádio CBN. A pesquisa revelou que, no caso das classes C, D e E a participação econômica da mulher no orçamento familiar já quase se iguala ao do homem. Se a remuneração fosse idêntica para homens e mulheres, certamente a participação seria maior.
A participação das mulheres, quando se fala do lado econômico, na vida das famílias das chamadas classes A e B é menor. Mas isso não impede que, como as que estão nas classes C, D e E, elas ganhem menos. Aliás, esta é uma questão que tem preocupado especialistas nos Estados Unidos, já que constataram que, no final, aposentadas, as mulheres ganham ainda menos do que os homens aposentados. E todos nós sabemos que a aposentadoria traz uma redução bastante significativa nos ganhos, principalmente para os que estão mais acima na pirâmide social.
Apesar de os homens estarem perdendo espaço no mundo econômico, o que significa que as mulheres vem ocupando parte dele, não é só no Brasil que recebem uma remuneração pior. Isso ocorre também no primeiro mundo, o que pode demonstrar que se há uma ameaça ao domínio masculino, ele não foi ainda inteiramente derrubado. Mas com o avanço feminino, mais cedo ou mais tarde, este domínio irá diminuir e pode, mesmo, chegar ao fim, colocando homens e mulheres em pé de igualdade.
Abstraindo a data, hoje podemos dizer que, no Brasil e no mundo, todos os dias são dias das mulheres. É bom que haja uma data onde sua condição, o que fazem e como fazem fiquem sob os holofotes, mas as conquistas por elas feitas o foram no dia a dia, na disputa pelo mercado, na ampliação de sua influência econômica e no movimento que as levou do ambiente fechado dos lares para o aberto do mundo.
As mulheres conquistaram o seu espaço. E continuam avançando, o que irá significar, sem dúvida, o fim do domínio masculino. Quando isso ocorrer, homens e mulheres estarão em pé de igualdade, participando da economia, constituindo famílias, criando-as e gerindo-as. Talvez neste momento tenhamos uma sociedade melhor, que expando o reconhecimento não só às mulheres, mas à s minorias, aos diferentes. Mais tolerantes, as mulheres podem ajudar a nos tornar melhores.
Uma resposta
Quando as grandes indústrias aqui de Nova Friburgo começaram a sentir a crise dos anos 80 e fecharam em série, as mulheres desempregadas foram à luta, ou melhor, para as máquinas de costura e surgiram centenas de micro confecções por toda a cidade. Resultado: hoje somos o maior produtor de lingerie do Brasil, graças a iniciativas das friburguenses. Deu tão certo que até homens já estão sendo contratados como “costureiras” .
Essa história de mulher na cozinha só se for como chef em restaurantes (outra característica aqui da cidade). E olhe lá!