AS BACTÉRIAS SÃO O COMPUTADOR

Se levarmos em consideração a Lei de Moore, podemos dizer que os computadores estão evoluindo, embora esta evolução se dê em razão de maior poder de processamento, de chips mais poderosos e de máquinas menores, portáteis, já entrando na era dos netbooks, o que está tornando a computação – e os computadores – mais e mais presentes. Tudo isso faz com que hoje seja impensável viver sem computadores.

Mas como será o amanhã? Certamente a capacidade de processamento continuará crescendo. Mas não será só isso. Um dos indícios de como as coisas serão está sendo dado por uma equipe de cientistas dos Estados Unidos que modificaram uma bactéria, a E. Coli, unindo-as e criando um computador que parece mais uma calculadora, dando-lhes capacidade de resolver complexos problemas matemáticos e de forma mais rápida do que máquinas feitas com silício.

Os cientistas, em trabalho recentemente publicado em um jornal que trata da engenharia biológica, provaram que a bactéria pode ser usada para resolver o Problema de Hamilton, que trata da distribuição da melhor rota para se visitar, em um determinado país, 10 diferentes cidades. Por exemplo, se fosse no Brasil, a viagem começaria no Rio de Janeiro e chegaria no final do roteiro a São Paulo, passando por Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, etc.

Bem, você dirá, isso é simples. Não, não é. Neste caso há pelo menos 3,5 milhões de combinações de rotas e determinar qual é a melhor exige computação pesada. E um computador, por mais aperfeiçoado que seja, terá de tratar uma rota de cada vez. Se o computador for feito por bactérias, segundo os cientistas, elas poderiam tratar todas as rotas ao mesmo tempo, descobrindo ou determinando a solução de forma muito mais rápida. E uma das razões para isso e que as bactérias se reproduzem, o que daria maior capacidade ao computador.

A possibilidade existe e está provada. Programar este computador, no entanto, segundo os cientistas, não é uma tarefa fácil. No caso da experiência, eles modificaram o DNA da E. Coli, fazendo com que elas brilhassem no processamento das rotas, apresentando a solução. O computador ficou, então, totalmente orgânico. Na verdade, um ajuntamento de bactérias capazes de processar problemas complexos e com capacidade para evoluir.

A pesquisa está dando os primeiros passos, mas a experiência mostrou-se promissora. A questão que cabe, agora, é se vamos ter, mesmo, este novo tipo de computador. Como ele se parecerá? Será que terá configurações parecidas com as de hoje? Será que serão maiores, menores? Se olharmos a questão vamos achar mais perguntas que respostas. Os pesquisadores estão trabalhando em uma possibilidade, mas certamente ainda levará um bom tempo para termos um desses novos computadores em nossas mesas ou pastas.

Baseados no silício, em bactérias ou em processamento quântico, a única certeza que temos é que as máquinas continuarão a evoluir. Como será o amanhã? Eu não sei, mas posso afirmar que será diferente do que temos hoje. Uma das coisas que antevejo é a maior integração do homem com a máquina que irá se tornar, mais e mais, invisível. Talvez o computador de bactérias seja o próximo passo. O que você acha? (Via Science Blog, do Guardian)

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