O nível educacional das pessoas, o pouco conhecimento e a má qualidade da educação têm sido temas deste blog. Já listei, por exemplo, as bobagens que os estudantes escreveram na avaliação feita pelo Enem e também já critiquei o nível de educação no Brasil, pois acho que o Estado não dá a ela a devida importância.
Se as pessoas não sabem é porquê, muitas vezes, não tiveram a oportunidade de aprender. Então, não devíamos criticá-las, mas entendê-las. Só que, como bons brasileiros, podemos perder um amigo, mas jamais perdemos a piada. E digo isso a partir da conversa com um amigo, recentemente.
Casualmente, disse-lhe que precisava passar em uma farmácia para comprar um xampu específico, receitado por uma dermatologista e que tenho de usar, pelo menos por algum tempo, duas vezes por semana. O que estava usando, havia acabado e precisava comprar um outro. E neste caso o específico era por não ser um xampu, digamos assim, normal, mas medicinal.
Meu amigo riu. E eu fiquei meio sem entender o porquê. Perguntei, então. E ele explicou: Teve uma empregada que, ressaltou, era ótima, mas nada estudada e embora inteligente, não se podia dizer que ela dominava as palavras, falando errado e se o vocabulário era mais apurado, não o entendendo.
Um dia, contava o meu amigo, ela estava ouvindo rádio enquanto trabalhava e ouviu um aviso da empresa local de energia avisando que, em um determinado dia, o fornecimento iria ser suspenso em determinados bairros e em suas adjacências. Interessada, ela começou a prestar atenção no aviso querendo saber se o bairro onde morava iria ou não ser afetado.
Como estes avisos são repetidos várias vezes e são feitos para vários bairros, ela ouviu, mais de uma vez, o adjacências. Sem entender, virou-se para a mulher do meu amigo e perguntou: Dona Maria, onde é que fica esse tal de adjacências? Nunca ouvi falar neste bairro não e olha que lá vai faltar energia muitas vezes.
Meu amigo, que não pode ser classificado como discreto, caiu na gargalhada, o que foi acompanhado de um olhar reprovador da mulher. Divertido, então, ele explicou à empregada que adjacências, afinal, não era um bairro, fornecendo o seu significado.
Ao ouvir, a empregada emendou: Seu João, se é assim por que eles não falam direito e dizem que irá faltar a energia nos bairros e perto deles? É. Ela tem razão. Às vezes, achamos que estamos sendo claros e acabamos complicando as coisas.
Apesar de rir do desconhecimento de sua empregada, meu amigo lamentou muito quando ela deixou sua casa e reclamou que, além de demorar para arranjar uma outra, ela teve de aprender tudo, inclusive as comidas que ele mais gosta. A Joana, neste caso, fez falta.
Depois dessa, só resta desejar um ótimo final de semana a todos.
9 Respostas
Ah Lino ja vi caso de gente estudada falar errado na TV fico chocada.
Big Beijos
Considerando o nivel de instrução da maioria das pessoas, os comunicadores devem sim, falar de maneira clara e simples, sem no entanto descambar para o sensacinalismo como se vê por aÅ
evidentemente não sou a favor da falta de instrução, mas a melhor diarista que tive era semi analfabeta, mas muito inteligente,digna, e o melhor, tinha orgulho do que fazia, trabalhava com amor.
Muito legal o teu novo blog, visual muito limpo e agradável.
E os textos ótimos como sempre.
Ótimo fim de semana, beijos
Só não entendi como o cara ligou o shampo a emprega hehehhe
Ah gostei do visual do novo blog, principalmente a parte onde aparece os outros posts como se fossem noticias. Esse template é pegado pronto ou foi elaborado?
bjs
Oi Lino.
Quando se trata de comunicação em um veÃculo como rádio ou tevê, é recomendável que a linguagem seja extremamente simplificada, visto que o público a que se dirige possui os mais variados nÃveis de instrução. Num comunidado de interesse público, então, a simplicidade é um dever do redator.
Cara, observando melhor: ficou muito bom o blog. A capa ficou coxudÃssima. Coisa de jornalista. Dos bons.
PS: votei na enquete. Escolhi a opção 2: impedir a candidatura. Fora com a canalha.
Lino… tenha um ótimo dia dos pais e alegrias sempre.
Forte abraço sempre.
Lino, e aqui na minah cidade, um vereador sempre falava em “advertências”no lugar de ädjacências”… Entre outros errinhos básicos! Beijos
Esse é um dos grandes problemas da educação nos dias de hoje. Tudo tem que ser simplificado, as palavras tem que ser as mais simples possÃveis, porque a maioria dos jovens não tem vocabulário suficiente para entender um conceito ou um enunciado. Poucos possuem o hábito da leitura.
Lino, feliz dia dos pais para você. Um abraço!!!
Lino, PARABÉNS! – o blog ficou com uma cara de jornal fantástica…parabens pelo bom gosto, adorei a forma como as matérias ficam á mostra ou seja nos apetecendo os olhos….um dia eu descobrir q não importa muito a pronuncia das palavras pois o resultado da comunicação estabelecida é o melhor do caso…ai começei a entender melhor as pessoas e tambem entender porque elas pronunciam tais coisas erradas ou não sabem de alguns significados como adjacência tão simples e tão distante do que propriamente pareça ser.
abs SALUDOS!