Você já parou para pensar em quantos lugares diferentes os seus dados estão armazenados? E que na maioria das vezes os dados são fornecidos por você?
Pense! Aqui vão alguns exemplos: emprego, previdência, imposto de renda, cartéis de crédito, crediários, escola, cursos e isso tudo sem contar as centenas de sítios na internet onde colocamos nossos dados, indo dos portais de relacionamento à s contas que temos em provedores, e-mails, etc.
O que isso significa é que, voluntariamente, estamos abrindo mão de dados que são só nossos, abrindo nossas vidas e nossa privacidade aos outros. Quem já não recebeu mala direta em casa? E como foi que descobriram o endereço? É claro que através de algum banco de dados que foi formado a partir de nossa própria informação.
Com o avanço da tecnologia nunca estivemos tão perto do Grande Irmão, aquele que em 1984, o romance antecipatório de George Orwell, olha permanentemente não por nós, mas sobre nós. Ainda não instalaram os controles, mas eles estão chegando e um passo neste sentido são as câmeras que várias cidades brasileiras – no que, aliás, imitam outras, de fora – estão adotando.
E isso caminha no sentido de termos mais e mais câmeras nos vigiando, seja dentro de um shopping center, seja na rua. Tudo para que nos sintamos seguros e um mundo onde a sensação de violência e de insegurança só aumenta. Para controlar a violência e a insegurança é preciso que sejamos vigiados.
Do jeito que as coisas caminham, dentro de pouco tempo vamos protagonizar, a cada dia, o nosso próprio Big Brother. E ele virá sob a desculpa de que é necessário para coibir a violência, a insegurança e nos deixar tranquilos. O que ninguém diz é que também estamos sendo vigiados.
Estamos abrindo mão, mais e mais, de nossa privacidade. E com isso estamos caminhando para o Estado da vigilância que, como dizia Michel Foucault, pode virar o próprio panóptico, onde todos somos vistos, sabemos que somos vigiados, mas não vemos os outros e nem eles serem vigiados.
Será que é isso mesmo o que queremos? Será que representa, mesmo, segurança? Será que vale a pena abdicar, mais ainda, da nossa privacidade? Não será que estamos construindo um muro para nos prender?
Não sei as resposta. Mas viver em uma sociedade vigiada não é o meu ideal de vida.
16 Respostas
Nem o meu,LINO. Nem o meu.
Aqui em SP,por exemplo,a Prefeitura dará ( será ? ) descontos no IPTU se o contribuinte colocar o seu CPF em diversas notas fiscais que gastar em super-mercados,lojas,restaurantes…etc,etc.
É ou não é um modo de te controlar ,e saber se os seus gastos tbem são compativeis com o que vc diz que ganha?
Fogo isto!!
Abraços e otima semana!
Tomara que, daqui a pouco, não sejamos simplesmente um chip, armazenando todos os nossos dados, né, Lino?
Bjao e otima semana.
Lino, eu nao sei se sou contra essas câmaras. Acho que elas evitam uma porcao de coisas. Principalmente em determinados lugares públicos.
Mas tb acho que nós os blogueiros eu principalmente coloco no meu blog muita coisa sobre a minha famÃlia me expondo. Muita gente que compra coisas pela internet e coloca seus dados ali. Temos mesmo que pensar no passo que estamos dando.
Boa semana
Oi Lino, sabe aquele cartãozinho do pão de açúcar? O “Cartão Mais”? Pois é, cancelei o meu. Ahahahahah Eles tavam montando um banco de dados com os meus hábitos de consumo alimentar e higiênico, que medo.
Abração broder
Olha Lino tô vendo q daqui algum tempo vai ter camera escondida até dentro de casa viu..
Big Beijos
Olá Lino… li numa reportagem que tem um deputado tentando passar um projeto de lei para que possam em razão de segurança monitorar emails, blogs… Eu não gosto dessas invasões mesmo que digam que sejam para nossa própria segurança.
Carla leia essa reportagem:
Dispositivos eletrônicos inteligentes estão invadindo cada vez mais, e em silêncio, o cotidiano dos suÃços. Seus defensores acreditam que os chips comunicadores facilitam a vida. Outros vêem na tecnologia um grande risco para a privacidade.
As tecnologias RFID e NFC permitem objetos trocar informações. O que parece ficção cientÃfica já está se tornando realidade no comércio e na indústria.
Os sistemas “inteligentes” estão tendo cada vez mais espaço na nossa vida. Os objetos irão se comunicar entre si e conosco graças a uma vasta rede sem-fio que irá englobar o computador, o telefone móvel e os eletrodomésticos. Um mundo feito de eletrônica dissimulada, mas onipresente.
Essa revolução é discreta e silenciosa. Nosso meio ambiente está repleto de objetos dotados da tecnologia RFID. Ela está na base de uma nova geração de códigos de barra que permite a identificação de um produto sem o contato direto.
Incorporado num artigo, uma etiqueta RFID (ou “RFID Tag”) compreende uma antena, um chip eletrônico e, para os tags ativos, uma bateria para emitir sinais à longa distância.
Essa etiqueta eletrônica é extremamente discreta graças a sua pouca espessura (a última geração é mais fina do que um fio de cabelo), ao seu tamanho reduzido (menos de um milÃmetro) e sua massa insignificante.
É possÃvel ler e escrever sobre um chip, armazenando ao mesmo tempo informações nele. Essa propriedade de “rádio-identificação” permite traçar todos os deslocamentos de um artigo, a partir da linha de produção até o consumidor final. Uma grande vantagem: o custo do chip é mÃnimo, o que permite que ele seja jogado fora após o uso.
Aplicações múltiplas
As aplicações da tecnologia são as mais variadas. Um exemplo: dispositivos de chaves eletrônicas “sem fechadura” já equipam alguns modelos de veÃculos.
Na SuÃça, todos os cães recém-nascidos devem estar aparelhados de um chip de identificação colocado, através de uma operação subcutânea, no pescoço. Cada vez mais bibliotecas também utilizam chips no seu acervo para limitar o roubo de livros e também administrar o empréstimo.
Na indústria alimentar, um chip RFID permite acompanhar todo o filão tradicional de distribuição de um produto. Seu rastreamento é total, do produtor ao consumidor. Esse é um instrumento essencial para controlar as crises sanitárias ligadas à cadeia de alimentação. Assim, uma ruptura no armazenamento em frio poderá ser imediatamente detectada.
Sob a pele….de humanos
O sonho é acabar com as filas nos caixas de supermercados. Um terminal lerá automaticamente todas as etiquetas RFID fixadas em cada um dos artigos colocados no carrinho de compras e dará a soma total das compras, incluindo a nota fiscal após o pagamento (debitado no cartão de crédito, por exemplo) em questão de segundos.
Etiquetas-rádio instaladas embaixo da pele poderão também ser utilizadas em seres humanos. Combinados com receptores sensÃveis à s funções principais do corpo (ritmo cardÃaco, etc), esses sistemas servirão para controlar o estado de saúde de um paciente.
Celular como carteira de dinheiro
Outra tecnologia sem contato que está em pleno desenvolvimento e a NFC (Near Field Communication. Ela permite o intercâmbio de dados a uma distância de alguns centÃmetros entre um leitor e um telefone móvel, ou entre os termineis eles próprios.
Um celular pode, dessa forma, se conectar com um computador para transferir um arquivo. Um aparelho de fotos também poderia enviar as imagens arquivadas nela a um computador portátil. Um televisor poderia intercambiar dados com um smartphone.
Os setores de controle de acesso ou da bilheteria de um teatro podem funcionar com a nova tecnologia. Os pagamentos seriam feitos através do telefone portátil. Essa é uma solução já aplicada em diversos paÃses asiáticos, onde o celular serve como carteira eletrônica.
Milhares de receptores
No Japão já estão em uso mais de 30 milhões de aparelhos equipados de um chip sem contato para a utilização em pagamentos. A ex-estatal de telecomunicações da SuÃça, a Swisscom, testa atualmente a tecnologia NFC e diversas aplicações podem ser lançadas no paÃs já em 2008.
Após os cartões bancários, os telefones móveis, os sistemas de navegação GPS por satélite, os sistemas de controle biométrico, os chips comunicantes estão adicionando uma camada suplementar de controle da nossa vida.
Os especialistas estimam que, até 2015, nós iremos coexistir com milhares de captores ligando o mundo fÃsico ao numérico.
Cuidado com o “small brother”
Como é possÃvel permitir a coabitação de “aparelhos inteligentes” e a sociedade sem o perigo de controle inescrupuloso? No dia em que todos os diversos sistemas estiverem totalmente conectados entre si, essa rede será completa e nada mais, ninguém, poderá escapar à vigilância completa. Os mÃnimos atos e gestos serão registrados. O escritor George Orwell terá então razão, mas não será o “big brother” que controlará todos nossos movimentos, mas muito mais um número incontável de “small brothers”.
Isso, pois os chips RFID têm o defeito de permitir uma leitura demasiadamente automática, sem o consentimento explÃcito do utilizador, incluindo também o risco de transmissão dos dados a leitores fraudulentos. A única solução é permitir que o usuário possa controlar o fluxo de informações e desconectar os chips no momento em que ele sente que sua esfera privada está em perigo.
Ainda será necessário descobrir se um produto tem um chip e como neutralizá-lo. Também seria importante que os polÃticos tenham mais interesse nos perigos potenciais dessas novas tecnologias. Muitas vezes, a lei está anos-luz atrasada em relação à realidade.
swissinfo, Luigino Canal
O que é mais fácil, colocar um bando de máquinas pra espionar todo mundo (que na maioria das vezes, não resolve nada), ou capacitar e renumerar (bem) mais e bons profissionais para cuidar da segurança do cidadão de bem, aquele cidadão, que por acaso, paga impostos altÃssimos? Pense!
Eu tenho horror, de ter a minha privacidade invandida, masssss…
Beijos, querido amigo!
Lino, já vi mensagem de “mala direta” cujo endereço só pode ter sido tirado de arquivo de dados “sigiloso” por definição de lei. Ou seja: oriundo de arquivo de dados oficial. Isso demonstra que dados por nós armazenados de forma obrigatória são manipulados para fins outros que não apenas de “segurança” ou “controle”. Porém, embora eu discorde de toda essa “coleta” indiscriminada de dados a meu respeito, me vejo “obrigado” a agir “cordeirosamente” e abrir todos as informações a meu respeito. Assim como tenho de me expor a câmeras que, dizem, estão ali para me “proteger”. Sinto-me, cada vez mais, não um parafuso de uma engrenagem, mas apenas um somples dado armazenado em computador. Abração.
Lino, isto é um caso sério mesmo, somos cada vez mais expostos a espiões de nossos hábitos e de nossa privacidade. Até no nosso computador está cheio de cookies para contar os sites que visitamos e adaptar a publicidade que aparece em nossas telas em função de nosso comportamento. Acho tudo isto assustador, mas parece que é irreversÃvel, com esta desculpa de segurança.
Abraços.
Lino confesso que esse tambem não é o meu ideal, mas como já estou no meio do segundo tempó do jogo da vida, vou esperar que o Juiz assompre o apito final antes desse terror se esparramar sobre nossas cabeças.
Coitados dos meus filhos e netos!
É lamentavel ver que as nossas vidas se tranformando num BBB – Big Brother Brasileiro…
É lamentavel!!!
Uai …
Nao foi a Madonna não…tá!!!
fui eu mesmo ….é que da ultima Vez que eu passei por aqui…ela veio junto e deixou o nome gravado no LEAVE A REPLY..
Perdoe-me
Bjo!!
Bem, isso é inevitável com o andar da carruagem.
Uma vez comprei algo nas Casas Bahia, e vi que o atendente puxou no computador toda a minha ficha, desde a primeria compra minha nas saudosa casas satow aqui em Sampa. Lá estavam TODAS as lojas na qual fiz crediários. Sabe o lado bom disso? Tenho crédito em qualquer lugar! :o)
Concordo que nós abrimos a guarda em nome do conforto, mas devemos abrir o olho também…hehehe
Já havia pensado nisso, em minha cidade , pioneira nestas câmeras, teve um séria discursão sobre privacidade, concordamos que era importante na ocasião, me lembro da ordem dos advogados esbravejando contra, mais, era em favor da páz que se instalava aquelas câmeras, hoje estamos acostuamdos a elas, jã fazem parte da silhueta da cidade, uma pena, mas a violência nos levou a isso.
As outra formas de perder-mos a privacidade, nos dá a escolha do sim ou do não, é de certa forma opicional, por isso menos ilÃcitas, estamos vivenddo o perÃodo de liberdade vigiada.
lino, aqui no meu bairro várias ruas têm câmeras, a universidade onde eu estudo tb, os shoppings em que eu vou tb, e eu, sinceramente, ñ me sinto nem um pouco incomodado c/ isso, aceito abrir mão da minha privacidade em troca de segurança numa boa
mas tb acho que aquela história do “quem vai guardar os guardiões” é importante. por isso, a gnt tem que prestar atenção p/ que ñ aconteça nenhum desvio no uso dessas câmeras tds
abraços