Quando eu era mais jovem, um dos sonhos do meu pai é que conseguisse um emprego no Banco do Brasil. Ele alegava, entre algumas razões, o fato de o banco pagar bem e ser uma carreira estável, significando que, após entrar, você só deixava o emprego com a aposentadoria, podendo galgar postos e melhorar sua carreira.
O desejo de meu pai não se concretizou e enveredei por um outro caminho, o jornalismo, que me deixou por longos anos na redação de um jornal, onde comecei como “foca” – jornalista em treinamento – e passei por várias funções. De certa forma, o emprego estável acabou acontecendo, pelo menos em parte, já que deixei o jornal e fui tentar uma vida própria, de quem tem o seu negócio.
Nesta nova fase, de viver por minha conta, também já se vai um bom tempo. O curioso de tudo é observar como, ao longo dos anos, o conceito de emprego e trabalho mudou. Éramos – e acho que ainda somos – educados para ter um emprego, não um trabalho. E hoje, o que temos é exatamente um trabalho, não um emprego.
E mesmo o conceito de trabalho, feito em uma empresa, mesmo que seja a sua, está mudando, ganhando mobilidade, de forma que o escritório está onde está o seu notebook. É certo que muitos – a maioria mesmo – ainda frequentam escritórios, mas mais e mais pessoas trabalham em casa, realizando tarefas ou mesmo desenvolvendo um trabalho ligado a uma determinada empresa.
A mobilidade que tirou as pessoas dos escritórios as está levando, por exemplo, para os cafés e locais que têm wi-fi, conexão sem fio com a internet. Pude constatar, nestes dias, que este é um tipo de comportamento comum em São Paulo, com pessoas transformando um agradável café no seu ponto de encontro – e de trabalho.
Cada vez mais ligados, quem tem um trabalho intelectual não mais precisa de um escritório ou mesmo um home office – o seu escritório em casa. Ele pode trabalhar em vários locais, bastando ter ao lado seu computador. Através de conexões sem fio – wi-fi ou celular – conecta-se à internet e realiza suas tarefas. E enquanto faz isso, troca ideias com outros trabalhadores, toma um café, vê um ambiente diferente.
Estamos presenciado o fim do emprego – pelo menos do modo tradicional que o víamos – e instaurando a mobilidade. É ela que irá marcar nossa atuação nos próximos anos, principalmente devido à disseminação da banda larga, de mais e mais locais que oferecem conexão à internet e, sobretudo, como forma de transformar o trabalho em algo mais prazeroso.
O novo conceito é: onde estou é o meu escritório.
DE VOLTA À ATIVA
Depois de alguns dias de recesso e descanso, aproveitando os feriados do carnaval, estou de volta à ativa. E chego com zilhóes de coisas por fazer, e-mails por responder, contatos por estabelecer, etc. etc.
Então, para os que aqui frequentam e estão acostumados a receber respostas pessoais aos comentários feitos, estou adotando, pelo menos para este período, um comportamento diferente: não os vou responder.
A partir de hoje, no entanto, a vida volta ao normal. E com isso, também o relacionamento entre este blog e os que o frequentam. Obrigado pela compreensão.
15 Respostas
O que era, digamos assim, “privilégio” dos chamados profissionais liberais se estendeu devido a tecnologia. Bom retorno!
Eu acho o seguinte:
A vida é tão móvel quanto pode ser, e estar fixo em um lugar não ajuda em nada. A tecnologia esta ai para nos auxiliar, seja no emprego ou na vida pessoal…
e todo discanso é merecido, não se preocupe conosco, estamos aqui pela ótima qualidade do blog, e pra isso você não tirou férias
Comecei como foca tb em São Paulo, depois fui galgando posições, Diário Popular, Diário da Noite, Estado de São Paulo! Fui diretor do Sindicato em SP, minha escola foi ECA-USP…daà muita água correu por debaixo da ponte! abçs
Você tem razão, atualmente com a Internet nosso escritório é onde está nosso notebook, acho isto ótimo. O único inconveniente é que nunca “desligamos”, a separação entre vida pessoal e profissional desapareceu fisicamente. Pelo menos no meu caso quando vejo o computador na minha frente tenho vontade de trabalhar.
Abraços.
Isso é ótimo, não acha? Expandimos nossos espaços. Eu mesma não quero outro lugar diferente deste meu aqui… Mas quando vou ao Parque do Ibirapuera ou ao Trianon também sinto como se fosse o jardim do meu escritório. Simples, não acha?
Abraços e desejos de uma linda semana.
São os novos tempos se adapatando às novas tecnologias e suas facilidades,LINO.
Esquenta com o sumiço não que 2008 começa agora,hehehe
Abração e otima semana.
Essa evolucao eh realmente interessante ne nao Lino. Para nos mulheres eh muito bom poder transformar um espaco em casa em um escritorio, principalmente na epoca da maternidade. Uma maneira de se manter na ativa mesmo diante das dificuldades com as criancas.
bjs
Lys
Interessante como nos adaptamos bem ao que nos chega com a velocidade de quem quer dominar os espaços, não é mesmo?
BeijUivooooooooooooossssssss da Loba
Novos tempos, novos hábitos…
Eu pouco saio de casa, para trabalhar. Ficar sem acesso à internet é o caos.
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Bom voltar a rotina; começou o ano.
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Um abraço. Arriba!
Como professor, ainda estou preso entre 4 paredes… triste!
Bom reinÃcio, Lino..A realidade tem mesmo que ter maior peso que a virtualidade, mesmo com trabalho dependendo dela (net).
Quando for possÃvel, mande notÃcias.
Beijo
Olá Lino, também estou voltando (aos poucos) a visitar os amigos, depois de passar algum tempo meio de longe. Estou com um apessoa da famÃlia doente o que me exigiu muito tempo. Agora já estamos quase bem.
Sobre essa mobilidade toda, infelizmente há o lado ruim, eu creio.
Refiro-me à invasão do trabalho em todas os momentos do nosso dia, em todos os nossos “refúgios” (que nem são mais refúgios).
A tecnologia está nos tornando mais prisioneiros que nunca dos horários, dos compromissos, do trabalho que vai onde estamos, sem respeitar o direito ao descanso e ao lazer.
Creio que chegará um momento em que teremos que lutar para nos desvencilhar desse moderno e poderoso grilhão.
beijos, boa semana para você.
Eu acho que o sonho do brasileiro comum é ser funcionário público.Os outros semrpe quiseram a iniciativa privada , como vc.
então quando você vier de novo, cacai, a gente pode ir trabalhar juntos no café! né? =)
Obrigada vc.
bjos e boa sorte