Um ano de pandemia e o que sinto é o cansaço da repetição, mas sem perder a esperança de mudanças. Tenho encarado os dias individualmente, passando por eles e olhando à frente para um momento em que a vida possa ganhar um novo e diferente ritmo e que nos retire o medo de uma infecção que pode nos matar.
Totalmente isolado, de início, e parcialmente a partir do segundo semestre do ano passado, continuo – eu, minha esposa e meus familiares – tomando todos os cuidados para nos prevenir da Covid19. Isso significa, na maioria das vezes, ficar em casa e ver o mundo de fora. Mas inclui usar máscara sempre que se põe o pé fora de casa e de manter o distanciamento social, evitando lugares onde há ajuntamento de pessoas.
ESPERANÇA DE DIAS MELLHORES
O que um ano de pandemia tem nos ensinado é ser pacientes. Precisamos ser e, para superar o isolamento, temos de olhar à frente, com esperanças de dias melhores. Eles dependem de cada um de nós, já que, no caso do Brasil, quem devia ter tomado a frente do combate à Covid19 não só não o fez, como agiu para que o vírus se espalhasse e nos transformou em exemplo negativo para o mundo.
Quase 365 dias após ter decido me recolher, uma decisão tomada junto com os meus filhos, como todos os brasileiros, sinto-me cansado. Não por estar isolado, mas pelo que vejo nas ruas, nas posições de autoridades nacionais e no negacionismo delas e de parte da população, insensíveis às milhares de morte e à devastação que a Covid19 tem feito no Brasil.
Mesmo nesses tempos escuros e incertos, olho à frente com esperança. Uma hora a vacina vai chegar e aliviar a situação. No meu caso e no de minha esposa, ela vai nos tornar mais móveis, mas continuaremos a seguir as recomendações da ciência – não a visão distorcida de amadores que querem incutir na população que a pandemia é algo “normal.
CONSTRUIR O FUTURO JUNTOS
Reconhecer o cansaço não é sucumbir a ele. Pelo contrário, é admitir que existe, mas ver que vivemos uma fase e que ela irá mudar, o que nos traz esperanças de poder encontrar a família, abraçar os filhos, ficar eles e, em um segundo momento, ter liberdade para ir onde quiser, sem correr os riscos que nos mantem isolados.
Apesar do negacionismo e da incompetência do Governo e de muitos governantes brasileiros, a ciência deu um largo passo desenvolvendo vacinas. Elas nos dão novas perspectivas e a certeza de, mais cedo ou mais tarde, estarmos vacinados. Graças à inércia do Governo Federal, ainda temos um longo túnel a percorrer, mas já existe uma luz no final dele.
É hora, por isso mesmo, de refletirmos sobre o que fizemos, o que deixamos de fazer, avaliar o nosso cansaço e alinhar nossa esperança. Não importa o que aconteça, o futuro virá. Torná-lo melhor é uma tarefa de todos nós. Afinal, o futuro é sempre uma construção coletiva.