Pretos, pardos, pobreza e desigualdade no Brasil

RACISMO, POBREZA E PRIVILÉGIOS BRANCOS NO BRASIL

Você é branco? O simples fato de sua pele ser branca já o torna um privilegiado no Brasil, como mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No imenso mar de pobreza que atinge boa parte da população brasileira, os mais pobres e os que menos têm são negros e pardos.

De acordo com o IBGE nada menos do que 21,6% de toda a população brasileira vive em residências que são inadequadas, somando mais de 45 milhões de pessoas. Deles, 70% são negros ou pardos, nada menos que 31 milhões de pessoas. Esse enorme contingente mora mal, apertado, não tem condições sanitárias e nem infraestrutura de serviços.

CASAS INAPROPRIADAS

Tomemos como exemplo uma residência de quem está nesta estatística. Ele mora em uma favela, sua casa não tem banheiro dentro, as paredes não são de materiais duráveis, há mais de 3 pessoas dormindo em cada quarto, o aluguel consome até 30% da renda e ele não é o proprietário de sua própria residência.

Além disso, onde ele mora não existe infraestrutura adequada. Não há esgotamento sanitário, existe carência de serviços públicos como falta de água, coleta de lixo, transporte público adequado, escolas e serviços de saúde. As residências, cujo tamanho o IBGE não mediu, são mal iluminadas, a ventilação é ruim e a acessibilidade a ela, difícil.

Acrescente a estes problemas o desemprego, já que ele é muito maior entre a população negra e parda do que entre a branca e temos o enorme problema com que o país tem de lutar para corrigir uma desigualdade secular, que transformou negros e pardos em cidadãos de segunda categoria.

PRIVILÉGIO DOS BRANCOS

Imagine a distância que essas famílias, que estão tão perto de nós, estão das condições mínimas de uma moradia e de infraestrutura? Sim, existem brancos, mas eles são, marcadamente, uma minoria. O que os números ressaltam é o tamanho do privilégio que os brancos tem em relação ao negro no Brasil.

Ninguém é pobre por querer ser pobre. E isso se aplica, também, àqueles que poderemos dizer que são paupérrimos. O que lhe falta é condição de crescerem, começando pelo enorme racismo existente no Brasil, passando por educação e oferecimento de trabalho. Outros números do IBGE mostram que o desemprego entre pretos e pardos é muito maior que entre os brancos, o que alarga o fosso da desigualdade social.

O Brasil sempre se mostrou como um país miscigenado, com oportunidades para todos. Sempre foi uma mentira e os números o provam. Temos uma dívida impagável com os pretos, escravizados e trazidos para essas terras para enriquecerem os brancos. Eles ajudaram a construir fortunas, mas foram abandonados e discriminados em todos os níveis.

RACISMO, O PROBLEMA

No caso dos negros e pardos, o racismo é a base de tudo. Eles são discriminados desde o nascimento. Não tem ensino adequado – aliás, no Brasil, poucos o tem – e vivem em condições mais precárias que 89% da população.

Será que o fazem por querer? Certamente que não. Somos nós, os brancos, que os colocamos na posição que estão. E isso nos dá a obrigação moral de retirá-los dela, abrindo-se lhes oportunidades, oferecendo o que já é oferecido aos brancos: serviços médicos, infraestrutura, educação e emprego.

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