O brasileiro gosta de nomes exóticos? A pergunta tem cabimento quando, no dia a dia, vemos os mais esquisitos dos nomes dados às pessoas, uma escolha que os pais fazem sem levar em consequência o que o filho irá sofrer no futuro. Agora mesmo, alguém próximo, da família, escolheu o nome de Israel para o filho. A escolha, fruto da religiosidade, não levou em conta que, no futuro, ele pode ser chamado de Iraque, Irã ou outra coisa qualquer. A escolha dos pais, quando se trata de nome, afeta o filho. Então, por que não chamar de Pedro, João, Antonio, Maria, Lúcia, Fernanda. Enfim, um nome brasileiro, que não vai criar problemas futuros.
Esta reflexão vem a propósito de alguns nomes estranhos que tenho visto na mídia social. De quando em vez, recebo pedido de amizade de pessoas com nomes que, asseguro, não tenho a mínima ideia de como surgiram, fruto de composições de dois outros nomes ou, simplesmente, uma invenção dos pais. A propósito deste assunto, você encontra, aqui no blog, alguns posts que falam sobre este mesmo assunto: Depósito, Erebando ou Esmeril?, Como é mesmo o nome?, Alguns nomes bem curiosos e Nomes mais que apropriados, são os que encontrei em uma busca rápida. Todos eles falam do mesmo assunto, os nomes estranhos dados às pessoas.
Voltemos, então, à questão. Há alguns dias, em uma conversa com amigos, a questão dos nomes estranhos surgiu e ficamos nos lembrando de alguns deles, vendo se tínhamos alguém mais próximo que tivesse recebido um destes nomes. Não me lembrei de nenhum, mas uma das pessoas na roda contou a estória de uma família do interior do Espírito Santo que deu às filhas os nomes mais estapafúrdios que podem existir. A razão? Ela não sabia dizer, mas o que se lembrou é que, mesmo adultas e com nomes muito estranhos, elas não quiseram mudá-los. No final, todas eram conhecidas não pelos nomes próprios, mas pelos seus apelidos.
Quais eram os nomes? Uma delas chama-se Vuxçônia. Sim, assim mesmo, com X e com Ç, mas era simplesmente chamada de Sônia, o que é bem mais aceitável. A segunda irmã recebeu o nome de Roniçaura e também tem um apelido que permite sua convivência com os outros sem ter de ficar repetindo o nome. O nome da terceira segue no mesmo padrão: Marissaura. Se ambos têm alguma coisa a ver com dinosouros e uma paixão do pai e da mãe por eles, nunca ficou esclarecido. O certo é que as filhas, hoje senhoras, carregam a extravagância da escolha dos pais.
Neste e em outros casos, sou de opinião que deveria haver uma lei impedindo este tipo de nome. Quem é brasileiro, por princípio, deve ter nome brasileiro, com grafia e sonoridade da língua portuguesa. Nada de complicação. Mas é o que eu acho, não o que acontece. E você, tem alguma opinião.