Neste mês de setembro passei por dois eventos pessoais, ambos relacionados a casamento. No primeiro, o exemplo de uma longa vida juntos, com a construção de uma família, hoje já iniciando a sua própria caminhada. No segundo, os primeiros passos na construção de uma relação duradoura. Os dois fatos me levaram a ponderar como as coisas mudaram no relacionamento entre as pessoas, sobretudo quando se trata de casamento.
Não vou fazer juízo de valor, dizendo se acho bom ou ruim. Penso, no entanto, que um casamento estável ajuda-nos a focar no que é importante, que é a construção de uma família, oferecendo a filhos os meios necessários para que cresçam, se eduquem e escolham suas opções de vida. Comigo, particularmente, isso aconteceu e é fruto de um longo e estável relacionamento. Mas não é o que vejo acontecer à minha volta, sobretudo com pessoas que estão iniciando juntos uma caminhada.
O que vemos são relações inconstantes, que começam com toda intensidade e, no mesmo tom, acabam morrendo logo depois por algumas simples divergências. O que muitos não pensam – ou não sabem – é que ficar juntos demanda entendimento, em primeiro lugar, e o abrir mão de algumas coisas, ajustando-se ao outro. Não é, definitivamente, uma ação centrada no EU, mas sim no NÓS. Não se perde a individualmente, mas é preciso concessões, o que exige pensar no outro, não em si mesmo.
O mundo vive o auge da individualidade. O EU ocupou todo o espaço e, antes de qualquer coisas, as pessoas colocam seus interesses. Para consegui-los, muitas vezes, passam por cima de outras pessoas, inclusive na questão material, onde o TER tornou-se quase tudo. E é essa individualidade excessiva que tornam os relacionamentos inconstantes. Não se pode, em uma vida junto ou em comum, pensar-se só em um. São dois componentes da equação e eles tem de ser levados em conta.
O sucesso de um longo relacionamento se baseia no entendimento, na compreensão, no abrir mão de determinadas coisas e gostos. Todos os casais que tem uma história longa passaram por dificuldades, enfrentaram momentos estressantes, discutiram, brigaram, mas colocaram o outro em primeiro lugar, colocando em primeiro lugar o relacionamento e tirando o foco do EU para focar-se no NÓS. É verdade que nem sempre os relacionamentos dão certos, vingam e duram. Somos humanos.
Pessoalmente, acho que temos de tentar de maneira mais consistente, não desistir, não abrir mão de outro, não deixar o amor morrer. Vale muito a pena, mesmo que, como disse Vinícius de Moraes, seja eterno apenas enquanto dure. O prazo da duração, tenho certeza, depende de cada um de nós.
Uma resposta
Fala Lino,
Quanto tempo eu não passo mais aqui no seu blog, se não me falha a memória a última vez foi ainda em 2009, bom estava aqui hoje organizando as ideias para gravar o vídeo #MeInspira baseado na hastag da Petrobrás e lembrei que um blogueiro que me inspirou muito foi você e resolvi visitar para ver se seu blog ainda estava no ar, que bom saber que ainda continua escrevendo. Quando o vídeo ficar pronto eu te mando o link, abraços do seu amigo da blogosfera.