Uma das coisas modernas quando se fala do relacionamento entre casais é que devemos ter uma atitude aberta, prontos para ouvir o parceiro e entender seus problemas. Toda relação, sabemos, acaba criando atrito, gerando problemas e a melhor forma de resolvê-los, nos dizem os especialistas, é conversando, mesmo que estejamos longe, trabalhando. Existe sempre a possibilidade de se pegar o telefone e chamar o parceiro ou parceira e dizer o que se está sentindo, os problemas surgidos e, assim, juntos, buscar uma solução para eles. Afinal, se estamos juntos não somos idênticos e é isso o que, na maioria das vezes, acaba arranhando a relação.
Há coisas, no entanto, que poderíamos evitar. E este foi um dos assuntos de uma conversa que reuniu, na casa dos meus sogros, cunhados e irmãos. A questão surgiu a partir do trabalho feminino, feito fora de casa, que prende a mulher, faz com que tenha de dedicar-se menos ao lar e à família, o que hoje é perfeitamente justificável, pois não há, no meu entender e no de quem participava da conversa, como a mulher ficar distante do mercado formal de trabalho. Casa, filhos e etc. custam muito e é importante que ela participe. Todos não concordamos e, uma prova disso é que as esposas de todos têm atividade profissional definida.
Um dos tópicos, no meio da conversa, foi a relação que nós, homens, temos com a casa e as coisas que a integram. Por exemplo, ir ao supermercado. Poucos homens fazem isso. Quase sempre são as mulheres que vão ao supermercado, a feira e cuidam do abastecimento da casa. O homem a acompanha, mas não é o personagem principal na hora da compra. Talvez sejamos bons para comprar supérfluos, mas não o essencial. Mas voltando à questão da casa e o relacionamento que nós, homens, temos com ela, na conversa dois exemplos interessantes foram relatados.
No primeiro, um dos maridos foi ao supermercado e precisava comprar pilhas. Sua esposa estava fora da cidade, viajando por obrigação profissional. O que ele fez? De dentro do supermercado pegou o celular e ligou para a esposa perguntando-lhe onde é que encontraria pilhas. Ouviu, do outro lado, uma pergunta: Quanto tempo você não faz compras no supermercados? Havia mais de uma década que não tinha ido às compras, sempre a cargo da mulher. No dia em que ela estava fora, o que aconteceu? A dependência surgiu…
O segundo caso não envolve o supermercado, mas ressalta ainda mais a dependência de nós, homens, quando se trata de coisas da casa. Uma de minhas cunhadas estava em uma reunião quando o seu celular começou a tocar. Olhou-o e viu que era o marido. Meio constrangida, pediu licença para atender e comentou, em tom de brincadeira, que as mulheres presentes à reunião entenderiam sua posição. Atendeu e ouviu o marido lhe perguntar onde é que achava determinado objeto em casa. Começou a explicar e ele a interrompeu, perguntando: Bem, será que você não poderia atrasar sua reunião e vir aqui, achar o que procuro?
É em horas assim que, demonstrando a dependência dos homens em relação a suas esposas ou destas em relação a seus maridos, é que surgem os problemas da relação. Talvez, como nos dois casos relatados, o caminho seja agir com humor.